Dados do Trabalho


Título

ESOFAGOCOLOPLASTIA COM TUBO RETRO ESTERNAL E EXCLUSÃO DE FÍSTULA ESÔFAGO-BRÔNQUICA EM PACIENTE COM CARCINOMA DE ESÔFAGO.

Apresentação do Caso

APRESENTAÇÃO DO CASO Paciente feminina, 63 anos, com diagnóstico de carcinoma epidermoide localmente avançado em terço médio de esôfago. A paciente apresentava disfagia grave há 30 dias e consequente perda de peso 17 kg em três meses. A Tomografia Computadorizada concluiu um importante espessamento parietal do esôfago médio, com espessura da parede esofágica (EPE) de 15 mm e redução no diâmetro do brônquio lobar esquerdo por provável invasão da lesão esofágica. O estadiamento foi de II - III (cT2/3-cN0-M0) com conduta de radioquimioterapia. Após, pela dificuldade de passagem de sonda nasoenteral (SNE), foi realizada jejunostomia a Witzel, em seguida a paciente evoluiu para disfagia completa. Após o tratamento o reestadiamento evidenciou diminuição da área de acometimento tumoral, porém o exame seguinte mostrou fistulização da parede anterior do esôfago para o brônquio principal esquerdo, EPE de 10mm e linfonodomegalia.

Discussão

DISCUSSÃO: As neoplasias esofágicas são a sexta principal causa de morte por câncer em todo o mundo, sendo o carcinoma espinocelular o mais frequente, tendo tabagismo e o etilismo como principais fatores de risco. A esofagectomia apresenta-se como primeira linha de terapia para paciente com câncer de esôfago inicial (lesão T1N0M0), podendo ser opção para pacientes com T2N0M0, na presença de metástase é contra-indicada a ressecção cirúrgica. O fechamento espontâneo da fístula esofago-brônquica (FBE) é raro, por isso, deve ser feita a eliminação da ingestão oral, remoção da SNE e é sugerido realizar gastrostomia ou jejunostomia. Como terapêutica simultânea da FBE, tem-se como objetivo tratar a causa subjacente. Assim, pacientes com FBE de origem maligna são tratados de forma paliativa - com o stent duplo do esôfago, das vias aéreas ou de ambos - em raros casos, submetidos a cirurgia pós-terapia oncológica.

Comentários Finais

COMENTÁRIOS FINAIS: Neste caso, não havendo disponibilidade do stent para exclusão da FBE, escolheu-se a esofagocoloplastia com tubo retroesternal para reconstrução do trânsito alimentar e exclusão da FBE. A esofagocoloplastia foi, neste caso, uma alternativa muito efetiva, pois associou o tratamento paliativo do carcinoma de esôfago e também a exclusão da fístula. A paciente evoluiu sem intercorrências, sendo possível realizar a nutrição por via oral, também não apresentou episódios de broncopneumonia aspirativa e tendo uma sobrevida de qualidade até a progressão da doença aproximadamente 6 meses após o procedimento.

Área

Câncer Esofagogástrico

Autores

LETICIA CARVALHO OURIQUE, Alexsander Bergenthal Leivas Barboza, Maria Carolina Jaeger Beckel, Maria Eduarda Molz Oliveira, Fernanda Carolina Zillmer, Alex Schwengber, Fagner Leandro Martins Ferreira, Cristiano Degasperi