Dados do Trabalho

Título

Perfil das Ressecções Hepáticas em Hospital Oncológico: Uma Análise Retrospectiva em Recife-PE

Introdução

A realização de hepatectomias tem crescido significativamente, refletindo avanços na prática cirúrgica e no manejo oncológico. A falta de estudos abrangentes sobre o perfil dos pacientes e as complicações pós-operatórias em âmbito nacional e regional motiva a realização deste estudo, que busca fornecer dados para a otimização da assistência cirúrgica hepática.

Objetivo

Avaliar o perfil demográfico, as técnicas cirúrgicas e os desfechos operatórios dos pacientes submetidos a hepatectomia parcial por neoplasias no Hospital Barão de Lucena, um centro de referência em cirurgia hepatobiliar em Recife-PE.

Método

Realizou-se um estudo retrospectivo das hepatectomias em adultos entre dezembro de 2021 e junho de 2023. A coleta de dados foi feita a partir de prontuários, utilizando uma ficha padronizada.

Resultados

Foram realizadas 26 hepatectomias, com predominância do sexo masculino (57,6%) e média de idade de 58,5 anos. As comorbidades mais comuns foram diabetes mellitus (46,1%) e hipertensão (34,6%). A hepatectomia direita foi o procedimento mais frequente (26%), e as indicações mais comuns foram para tumores metastáticos, principalmente colorretais (65,3%), seguidos por tumores primários de vias biliares (23%). O tempo médio cirúrgico foi de 551,8 minutos, e o sangramento médio estimado foi de 376,1 ml. A média de internação na UTI foi de 3,88 dias, e a hospitalar foi de 9,03 dias. Segundo a classificação de Clavien- Dindo, a maioria apresentou complicações grau 1 e 2 (46,1%), e 23% não tiveram complicações. A coleção abdominal foi a complicação perioperatória mais comum. A mortalidade perioperatória foi de 11,5% (3 pacientes), sem ocorrência de óbitos intraoperatórios.

Conclusão

O estudo destaca a importância de se conhecer o perfil dos pacientes e os desfechos operatórios para aprimoramento da prática clínica em cirurgias hepáticas. Os dados sugerem que a hepatectomia é uma intervenção segura, com uma taxa de complicações e mortalidade aceitáveis. A análise retrospectiva contribui para o entendimento das necessidades específicas dos pacientes e para o desenvolvimento de estratégias que visem a melhoria contínua da qualidade assistencial em oncologia hepática.