Dados do Trabalho

Título

Cigarros Eletrônicos e sua participação na oncogênese das neoplasias pulmonares: Uma Revisão Integrativa da Literatura

Introdução

O câncer de pulmão é uma preocupação global de saúde pública, com previsão de se tornar uma das formas mais comuns de câncer no Brasil, especialmente entre homens, durante o triênio 2023-2025, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA). Fatores de risco, incluindo o uso de cigarros eletrônicos (e-CIGs), desempenham um papel significativo na patogênese desta neoplasia maligna. Conforme demonstrado por estudos que associam produtos da combustão promovida pelos (e-CIGs) à expressão diferencial de RNAs, há contribuição para alterações genéticas associadas ao desenvolvimento de neoplasias pulmonares.

Objetivo

Analisar publicações atuais sobre o uso de (e-CIGS) e investigar seu envolvimento nos mecanismos citotóxicos envolvidos na oncogênese das neoplasias pulmonares.

Método

Revisão integrativa de literatura que se propõe a investigar a associação entre o uso de (e-CIGs) e o desenvolvimento de neoplasias pulmonares, utilizando-se o banco de dados UpToDate e o PubMed como fontes primárias para a seleção. Analisou-se 20 artigos pertinentes ao tema.

Resultados

A fumaça do tabaco e o vapor do cigarro eletrônico estão ligados a efeitos citotóxicos nas células pulmonares, evidenciados pela literatura. Ambos ativam a mesma via de sinalização pró-inflamatória que, em contrapartida, aumenta a exposição do epitélio pulmonar à radicais livres resultantes do aumento de espécies reativas de oxigênio (ROS). O estímulo à metilação do promotor de genes-chave no processo de oncogênese é crucial. Como consequência, há o aumento de alterações cromossômicas em locais responsáveis pela regulação positiva de expressão de RNAs oncogênicos e negativa de expressão de RNAs supressores de tumor. Ademais, pode haver toxicidade mitocondrial e quebras de fragmentos de DNA.

Conclusão

A análise dos fatores de risco para neoplasias pulmonares e as taxas de sobrevida referentes ao diagnóstico tardio enfatizam a importância de examinar suas causas, especialmente considerando que a maioria dos casos pode ser evitável. Destaca-se o uso de (e-CIGs) nesse sentido. Essas reflexões emergem como uma ferramenta poderosa para embasar políticas públicas e guiar a alocação eficiente de recursos no combate ao câncer. Vale ressaltar que a fabricação e a comercialização de (e-CIGs) é proibida no país desde 2009 pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), porém a vasta gama de sabores, por volta de 15.000, mascaram os danos e são um atrativo que instiga muitos adolescentes e adultos a fazerem o uso destes dispositivos ilícitos.