Dados do Trabalho
Título
INCIDÊNCIA DE CÂNCER COLORRETAL EM ADULTOS JOVENS NA REGIÃO SUL DO BRASIL NOS ÚLTIMOS DEZ ANOS: ALERTA DE GRAVIDADE E ESTRATÉGIA SISTÊMICA PARA DIAGNÓSTICO PRECOCE.
Introdução
As neoplasias malignas colorretais são afecções oncológicas crescentes na sociedade hipermoderna, com destaque para a faixa etária dos vinte aos trinta e nove anos de idade. O tipo histológico mais prevalente é o adenocarcinoma; o câncer colorretal é o quarto mais comum no Brasil. Nesse sentido, avalia-se variáveis contribuintes à precocidade do câncer de intestino, como fatores hereditários, epigenéticos, disruptores endócrinos dos alimentos ultraprocessados, álcool e drogas, sedentarismo e estresse crônico, os quais atingem a população economicamente ativa, especialmente os jovens adultos.
Objetivo
Analisar dados do Ministério da Saúde (MS) de neoplasias malignas de cólon, junção retossigmóide e de reto e compará-los com a literatura científica quanto à precocidade patológica em adultos jovens.
Método
Estudo transversal retrospectivo, baseado no Painel-Oncologia do MS sobre 3.134 pacientes da Região Sul do Brasil, entre os anos 2014 a 2023. Dados obtidos por meio das fontes Sistema de Informação Ambulatorial, do Boletim de Produção Ambulatorial Individualizado e da Autorização de Procedimento de Alta Complexidade; Sistema de Informação Hospitalar, Sistema de Informações de Câncer e revisão bibliográfica em base de informações médicas (UpToDate) sobre hábitos de vida e a relação com a incidência de câncer colorretal na adultez jovem.
Resultados
A maioria dos diagnósticos se deu dos 35 a 39 anos (47,25%) e de 30 a 34 anos (26,41%). Notou-se significativo aumento de casos nos últimos dez anos (58,04%) na faixa etária em estudo. Há discreta diferença entre os sexos, sendo o feminino mais acometido (54,5%). A maior parte dos pacientes (38,64%) corresponde ao PR, RS (32,89%) e SC (28,46%). As modalidades terapêuticas foram: Quimioterapia e Radioterapia (60,78%), indicando-se estágios mais tardios, e Cirurgia (39,22%). O estadiamento da doença é moderado ou avançado em (76,79%) dos casos.
Conclusão
Deve-se considerar a forma do viver contemporâneo dos jovens adultos e suas consequências orgânicas. Estratégias de educação em saúde e de triagem colonoscópica precoce e individualizada devem ser instituídas na atenção básica, a despeito da investigação de lesões pré-malignas e de sintomas clínicos suspeitos. Ademais, o início do rastreamento aos quarenta e cinco anos deve ser revisto e singularizado, visto que os tumores colorretais nessa idade tendem a ser mais agressivos e tardiamente diagnosticados (estádios III e IV) na região sul do Brasil, contribuindo para aumento da mortalidade nesta população.
Área
Câncer Colorretal
Autores
GABRIELA CECILIA ECHART, THAIANE KREPS, SABRINA GARCIA TARDIZ, SOPHIA CAMINHA BEDIN, MARIANA HARTMANN DILL, RYAN THURLER CYRNE DE TOLEDO, ANNA CAROLINA KIRST, JACQUELINE SALLETE DEI SVALDI