Dados do Trabalho
Título
PSEUDOMIXOMA PERITONEAL: UM RELATO DE CASO NA EMERGÊNCIA
Apresentação do Caso
Paciente masculino, 81 anos, buscou atendimento em emergência referindo dor abdominal difusa e êmese iniciados à cinco dias, associados à constipação crônica, astenia generalizada, inapetência e perda ponderal de 10kg nos últimos três meses. Ao exame físico, apresentava-se em regular estado geral, com icterícia 1+/4+, desidratado, abdômen globoso, ausência de ruídos hidroaéreos, distendido, doloroso à palpação difusa, aspecto ascítico e massa palpável em região de hipogástrio, associado à sinais de síndrome consumptiva. Para investigação, foram solicitados exames laboratoriais apresentando discreto aumento de transaminases e bilirrubinas, além de leucocitose com desvio e anemia crônica. A tomografia de abdome total demonstrou volumoso líquido livre na cavidade abdominal, fígado com contornos irregulares, sugestivo de hepatopatia crônica. Paciente foi submetido a paracentese, obtendo aspirado de conteúdo piogênico com cultura de Enterobacter sp. e K. oxytoca. Submeteu-se o paciente a laparotomia exploratória, a qual possibilitou a visualização de carcinomatose com múltiplas lesões mucinosas em mesentério, peritônio, cúpula diafragmática bilateral, pelve e omento. Ao anatomopatológico, análise do segmento do grande omento, de mesentério e peritônio sugeriu tratar-se de adenocarcinoma metastático de padrão mucinoso, moderadamente diferenciado, de sítio primário oculto. A hipótese mais provável é que trate-se de pseudomixoma peritoneal, com sítio primário em apêndice cecal. No pós-operatório (PO) houve piora do quadro clínico, culminando no óbito do paciente no décimo terceiro dia de PO.
Discussão
O pseudomixoma peritoneal é uma condição clínica rara, maligna e comumente relacionada a tumores do apêndice cecal. Acredita-se que a origem da substância mucinosa, que se implanta em diversas partes da cavidade peritoneal, inicia nas células epiteliais de um tumor primário ou de um reflexo de células epiteliais do peritônio parietal. Ademais, a ausência de imuno-histoquímica impede o reconhecimento do sítio primário, sendo uma limitação do estudo apresentado.
Comentários Finais
A laparotomia exploradora transcorreu com caráter diagnóstico, com intenção de uma segunda abordagem, terapêutica, após o resultado do AP e posteriormente a estabilização do quadro infeccioso. No momento aguarda resultado de imunohistoquímica.
Área
Neoplasias Raras
Autores
RICARDO WISCHRAL BASTOS, Alana do Carmo Rodrigues, Lilian Dresch, Fabiana Baldissera Bom, Ana Julia Peccin Sartori, Andressa Saorim, Geovana Mayara Meiesterlin