Dados do Trabalho


Título

Abordagem de deiscência de anastomose colorretal via colonoscopia: Relato de Caso

Apresentação do Caso

Paciente feminino, 84 anos, diabética, hipertensa, realizou sua primeira colonoscopia de rastreio em março de 2023, sendo identificado no cólon sigmoide uma lesão vegetante, ulcerada, friável, comprometendo toda circunferência da luz, e medindo em torno de 7 cm. Foi realizada biópsia e tatuagem distalmente à lesão com tinta Nankin, e o resultado do anatomopatológico foi de adenocarcinoma moderadamente diferenciado. A paciente foi submetida a retossigmoidectomia videolaparoscópica com anastomose primária três meses após, o procedimento ocorreu sem intercorrências. No terceiro dia de pós operatório, a paciente iniciou com distensão abdominal e vômitos, associado a aumento de proteína C reativa. Foi realizada tomografia, mostrando deiscência parcial da anastomose colorretal, e optado inicialmente por tratamento conservador, com boa evolução. Duas semanas após, a paciente apresentou enterorragia importante, com queda de hemoglobina e instabilidade hemodinâmica. Após estabilização clínica, foi realizada uma retossigmoidoscopia, que indicou sangramento dos bordos da anastomose, com deiscência parcial de anastomose. Foi realizada clipagem e infiltração com solução de adrenalina em bordos clipados. Após o procedimento, a paciente não apresentou novos episódios de sangramento, com boa evolução clínica, recebendo alta em seguida.

Discussão

A cirurgia colorretal é geralmente associada a uma permanência relativamente longa no hospital no período pós-operatório, com um alto custo e complicações associadas. A paciente do presente caso apresentava idade avançada e doenças como diabetes e hipertensão. Optou-se por uma abordagem videolaparoscópica visando menor invasividade e, juntamente com medidas de preparação, profilaxia, hidratação, dieta e nutrição, menor morbidade pós-operatória e recuperação acelerada. A paciente evoluiu com deiscência anastomótica e, para correção, optou-se por clipagem por colonoscopia, com aplicação de vasoconstritor, resultando em boa evolução.

Comentários Finais

A reanastomose colorretal por meio de colonoscopia foi a conduta de escolha para o caso da paciente acima, que apresentava importante risco frente à possibilidade de nova abordagem abdominal. A técnica teve o resultado desejado e mostrou-se benéfica para a evolução clínica da paciente.

Área

Câncer Colorretal

Autores

VANIA MARISIA SANTOS FORTES DOS REIS, MILENA SALVADOR MARTINS, ISABELA ALICIA FINK, GEORGIA SANDLER GUIMARAES, IGOR CASOTTI DE PADUA, BRUNA ALBACETE PIRES, BERNARDO DO NASCIMENTO PITTHAN, KAREN LIZETH PUMA LLIGUIN