Dados do Trabalho

Título

Perfil epidemiológico de mortalidade por colangiocarcinoma intra-hepático no Brasil durante o período de 2012 a 2022.

Introdução

O Colangiocarcinoma Intra-Hepático (IHCC) é o segundo câncer hepático primário mais comum e vem apresentando aumento da incidência global recentemente. Seu reconhecimento é realizado de forma tardia devido ao curso clínico majoritariamente assintomático apresentando assim prognóstico reservado, com tratamento curativo em raros casos e, consequentemente, sobrevida global restrita. Por conseguinte, no contexto brasileiro, a atenção à epidemiologia se torna particularmente relevante.

Objetivo

Identificar o perfil epidemiológico dos óbitos por colangiocarcinoma intra-hepático no Brasil de 2012 a 2022.

Método

Estudo transversal utilizando como base de dados o Painel de Monitoramento da Mortalidade CID-10 do Departamento de Análise Epidemiológica e Vigilância de Doenças Não Transmissíveis, analisando o período de 2012 a 2022. As variáveis avaliadas foram as frequências relativas e absolutas e incluem: óbitos de IHCC por ocorrência; localidade, sexo, faixa etária e raça/cor.

Resultados

Foram registrados 11411 casos de óbitos por IHCC no Brasil entre os anos de 2012 e 2022. Observou-se que a maior parte foram do sexo feminino e indivíduos brancas, correspondendo, respectivamente, a 54,83% (6257) e 55,39% (6323). A faixa etária predominante foi entre 60-69 anos, representando 27,54% (3138), seguido pela faixa etária de 70-79 anos, com 27,32% (3117). A região sudeste registrou mais da metade do número de óbitos, com 51,16% (5840), seguido da região nordeste com 23,18% (2645). Em contrapartida, a região centro-oeste apresentou o maior aumento percentual (136,73%) entre o ano de 2012 e 2022, assim como o sexo masculino (83,57%). Para mais, houve uma notória redução na mortalidade no ano de 2019 com 1038 óbitos, em comparação ao ano de 2018 com 1080 registros. Contudo, essa diminuição foi seguida de um aumento gradual a partir de 2020, ano em que foram registrados 1149 óbitos.

Conclusão

O estudo apontou um aumento significativo na taxa de óbitos por IHCC, apresentando maior tendência no sexo feminino, em indivíduos brancos, na faixa etária de 60-79 anos e na região sudeste. Esse cenário destaca a necessidade de políticas preventivas em saúde e maior atenção aos grupos mais vulneráveis, visando, assim, a redução da taxa de mortalidade. Ademais, sugere-se uma correlação com a pandemia de Covid-19, visto que houve um aumento dos óbitos a partir de 2020, período de sobrecarga do sistema de saúde.