Dados do Trabalho


Título

Adenocarcinoma Gástrico Apresentação de novo: Relato de Caso; Doença oligometastática

Apresentação do Caso

Homem, 47 anos, tabagista ativo 30 maços/ano, dirigiu-se à emergência em outubro/2023 para investigação de uma cefaleia hemicraniana que perdurava há dois meses. Ressonância magnética de crânio sem particularidades. Por ser tabagista ativo, foi solicitado uma tomografia de tórax que evidenciou uma imagem nodular com densidade de partes moles, bordas irregulares associado a espessamento da pleura adjacente e pequena calcificação de permeio localizada na região subpleural no segmento apical do lobo superior direito, medindo cerca de 1,4 x 0,7cm. Constatou-se outra lesão sólida extrapleural adjacente medindo 1,9 x 1,4 cm de aspecto tumescente. Tomografia de abdômen total e cintilografia óssea sem evidência de implantes secundários. O antígeno carcinoembrionário (CEA) apresentava-se em 20 ng/ml. Uma biópsia guiada por tomografia foi realizada, confirmando carcinoma de não pequenas células, e a imuno-histoquímica foi compatível com trato gastrointestinal pancreatobiliar. Paciente foi submetido a realização de endoscopia digestiva alta e colonoscopia. Colonoscopia sem particularidades. Na endoscopia digestiva alta, foi diagnosticado adenocarcinoma gástrico ulcerado tipo intestinal, moderadamente diferenciado. O paciente não apresentava nenhum sintoma gastrointestinal. Estadiamento clínico IV b caracterizando uma doença oligometastática, T3 N0 M1. Em fevereiro de 2024, foi iniciada quimioterapia neoadjuvante de esquema FLOT + Pegfilgrastima D2 (14/14 dias). Paciente segue em acompanhamento para reavaliação de TC e PET-CT após o 5º ciclo de tratamento para avaliar a possibilidade de ressecção cirúrgica em sítio gástrico.

Discussão

A metástase pulmonar isolada representa apenas 10% das metástases pulmonares. Entre os pacientes com câncer gástrico, somente 0,3 a 0,6% irão desenvolvê-las, sendo o padrão pleural, apresentado pelo paciente, o segundo mais frequente. Inicialmente, a suspeita era de que o sítio de origem fosse pulmonar, devido à história clínica do paciente. Entretanto, a imunohistoquímica evidenciou adenocarcinoma gástrico oligometastático, apesar da ausência de sintomas gastrointestinais. Em virtude disso, houve o questionamento em relação ao tratamento: tratar como doença sistêmica ou localizada com potencial curativo.

Comentários Finais

O presente caso chama atenção não só por sua história clínica pouco compatível com o diagnóstico, mas também pelo desenvolvimento de metástase pulmonar isolada em neoplasia gástrica.

Área

Câncer Esofagogástrico

Autores

MARIA VITORIA PRATO WOLWACZ, Kamile Ogawa, Gabriela Kunzler, Arthur Wallauer, Thiago Rocha Natividade, Rafael Zortéa, Júlia Menegatti Urban, Lucieli Eduarda Lovatel, Any Macedo dos Santos, Leonardo Lago