Dados do Trabalho


Título

ASSOCIAÇÃO DE ADENOCARCINOMA GÁSTRICO E TUMORES NEUROENDÓCRINOS: UM ESTUDO DE CASO

Apresentação do Caso

Paciente sexo masculino, 61 anos, ex-tabagista e etilista em abstinência há 9 e 24 anos, respectivamente, admitido no serviço de oncologia do aparelho digestivo em maio de 2024, com queixas de epigastralgia associado à plenitude pós-prandial e melena. Realizou endoscopia externa em março de 2024, com lesão vegetante em antro e biópsia com adenocarcinoma bem diferenciado e ulcerado. A imuno histoquímica com super expressão do oncogene Her-2 e instabilidade microssatélites, confirmado após com a perda de expressão nuclear de MLH1 e PM52. Estadiamento com tomografias mostrou espessamento parietal de antro gástrico associado à linfonodomegalias regionais, sem evidências de metástases à distância. Optado pela abordagem upfront, com gastrectomia subtotal e linfadenectomia a D2 com reconstrução em Y de Roux. No intraoperatório evidenciado linfonodo em transição de cadeia linfonodal 1 para 3 sem visualização de lesões a distância e peritônio visceral e parietal de aspecto habitual. Anatomopatológico resultou em carcinoma misto com componentes de adenocarcinoma gástrico e carcinoma neuroendócrino de grandes células, associado a tumor neuroendócrino bem diferenciado. Estadiamento patológico pela AJCC 8º edição pT3pN1M0 adenocarcinoma gástrico – G2 moderadamente diferenciado (25%) /Carcinoma neuroendócrino de grandes células - G3 pouco diferenciado (50%) / Tumor neuroendócrino bem diferenciado – G2 (Ki67 15%) - (35%). Optado por iniciar quimioterapia adjuvante devido adenocarcinoma, no entanto interrompido por toxicidade e mantendo seguimento clínico e radiológico trimestral.

Discussão

Paciente com adenocarcinoma gástrico com exames de estadiamento demonstrando lesão localmente avançada, sendo indicado cirurgia upfront. A incidência de adenocarcinoma gástrico é de cerca de 95% e dos tumores neuroendócrinos estimado em 1 a 2%. Os tumores neuroendócrinos bem diferenciados são mais comuns enquanto os de grandes células são mais raros e geralmente mais agressivos. O tratamento desses tumores depende do tipo, localização e estágio.

Comentários Finais

A coexistência de adenocarcinoma e tumores neuroendócrinos é rara, e pode ser observado em pacientes com gastrite atrófica e no contexto de síndrome de Zollinger-Ellison. A inflamação crônica pode favorecer a transformação de células de ambos os tipos de neoplasia. São necessários mais estudos para compreender melhor a relação desses tipos de cânceres e a implicação clínica de sua coexistência.

Área

Câncer Esofagogástrico

Autores

ANA LUIZA BONINI DOMINGOS, Eumildo de Campos Junior, FRANCISCO GARCIA PARRA, ANDERSON RODRIGUES DA SILVA, RODRIGO TAVORE STRASSER, ERICK LUIS GOBBI, ARTHUR ARANTES DA SILVA CAMARGO, KIMBERLY NAYANE MARQUES DA SILVA