Dados do Trabalho


Título

Potencial hepatoprotetor e antitumoral do extrato de bagaço de uva em modelo in vivo de carcinoma hepatocelular induzido em peixes-zebra

Introdução

O câncer de fígado é a segunda principal causa de morte por câncer no mundo, sendo considerado um problema de saúde pública. Apesar dos tratamentos disponíveis, explorar o potencial de compostos naturais pode representar uma estratégia promissora, buscando resultados terapêuticos mais eficazes, reduzindo a toxicidade geral dos tratamentos, minimizando os efeitos adversos e melhorando o prognóstico dos pacientes Entre eles, destacam-se os compostos fenólicos presentes no extrato do bagaço de uva, que têm demonstrado propriedades antioxidantes e antitumorais promissoras.

Objetivo

Investigar o efeito hepatoprotetor e antitumoral do extrato hidroalcoólico do bagaço de uva em um modelo in vivo de carcinoma hepatocelular induzido em peixes-zebra (Danio rerio).

Método

O estudo foi aprovado pela Comissão de Ética de Uso Animal (CEUA) sob o parecer número 004.2022. A indução de danos hepáticos foi realizada em peixes-zebra, com indução química por tioacetamida (TAA), administrada na água dos aquários (50 e 100 µL/L), a cada dois dias, durante 40 dias. Os animais foram divididos em seis grupos (10 animais/grupo): Grupo 1: Controle, animais sem tratamento; Grupo 2: Extrato do bagaço de uva; Grupo 3: TAA 50 µL/L; Grupo 4: Teste, TAA 50 µL/L + extrato; Grupo 5: TAA 100 µL/L; Grupo 6: Teste, TAA 100 µL/L + extrato. Após 40 dias, foi realizada a eutanásia dos animais e as amostras foram enviadas para análise histopatológica. Ainda, foi avaliado o perfil de lipoperoxidação hepática e parâmetros de estresse oxidativo.

Resultados

Nas análises histopatológicas, foi observado que não houve alterações no grupo controle e no grupo tratado com extrato. Após a indução química, observou-se o desenvolvimento de danos hepáticos hepáticos nos animais dos grupos TAA, correspondentes a neoplasia maligna nas duas concentrações utilizadas. No grupo que foi administrado o indutor TAA em dose dobrada e concomitantemente o extrato, observou-se a presença de adenoma. O dano hepático causado aos animais pode ser diminuído com a utilização do extrato do bagaço de uva, demonstrando um possível efeito hepatoprotetor, possivelmente relacionado aos efeitos antioxidantes observados com a administração do extrato do bagaço de uva.

Conclusão

Os resultados sugerem que a TAA pode induzir tumores malignos em Danio rerio, sendo que o uso do extrato de bagaço de uva concomitantemente à indução, atenuou o dano hepático, sugerindo um potencial efeito hepatoprotetor e antitumoral.

Área

Câncer Hepato-pancreato-biliar

Autores

LUCAS VOLPI CANDIDO, RICARDO CERVINI, JOÃO PAULO ASSOLINI, CLAUDRIANA LOCATELLI, ADRIANO TONY RAMOS, GUSTAVO COLOMBO DAL PONT, ARIANA CENTA