Dados do Trabalho


Título

TRANSPLANTE HEPÁTICO INTERVIVOS POR METÁSTASE DE ORIGEM COLORRETAL: RELATO DO PRIMEIRO CASO NO SUL DO BRASIL.

Apresentação do Caso

Paciente feminino, 48 anos e sem comorbidades apresentou-se com neoplasia de cólon esquerdo obstrutiva em março de 2023. O CEA era de 3.2mg/dL e a tomografia de abdome sem contraste não evidenciou lesões hepáticas. Foi encaminhada para retossigmoidectomia de urgência. Anátomo-patológico demonstrou adenocarcinoma moderadamente diferenciado, sem acometimento linfonodal e imunohistoquímica revelou ausência de instabilidade microssatélites, BRAF selvagem e mutação no gene RAS. No 15o dia de pós operatório, evoluiu com icterícia e novos exames de imagem revelaram três lesões hepáticas nodulares suspeitas de implantes secundários. A paciente foi submetida a drenagem externa transparieto-hepática bilobar por e foi iniciada quimioterapia com o esquema FOLFOX. Em outubro de 2023, optou-se pela associação de Bevacizumab. Em março de 2024, PET-CT mostrou hipermetabolismo das lesões hepáticas, porém sem evidência de acometimento linfonodal ou extra-hepático. Em maio, foi alterada a quimioterapia para FOLFIRI + Bevacizumab por toxicidade da Oxaliplatina. Após discussão multidisciplinar, foi iniciada avaliação para transplante hepático com doador vivo, conforme os critérios de elegibilidade do estudo Transmet. A candidata a doadora, irmã da paciente, possuía o mesmo tipo sanguíneo (B) e dados antropométricos semelhantes. Volumetria hepática confirmou remanescente hepático adequado para a receptora e estimativa de peso do enxerto / peso da receptora de 1.28 para o lobo direito. O transplante intervivos foi realizado em julho de 2024. No pós-operatório, a paciente evoluiu com fístula biliar, manejada com a manutenção do dreno de aspiração até a resolução espontânea. Atualmente, três meses após o transplante, encontra-se em acompanhamento, com plano de reiniciar quimioterapia em breve.

Discussão

A indicação de realizar transplante hepático, em associação com a quimioterapia, permite que haja uma melhora na sobrevida dos pacientes de até 50% em 3 anos, em comparação com a quimioterapia isolada. Dessa forma, o manejo da metástase colorretal irressecável envolve uma avaliação detalhada para indicação de transplante hepático, oferecendo aos pacientes chance de melhores resultados, tanto no controle da doença quanto na qualidade de vida.

Comentários Finais

O transplante hepático intervivos combinado com quimioterapia é uma alternativa muito benéfica para metástase colorretal multinodular e irressecável, aumentando a sobrevida significativamente.

Área

Câncer Colorretal

Autores

LETICIA SCORTEGAGNA, Gabriela Sequeira de Campos Morais, Rodrigo dos Santos Falcão, Fábio Herrmann, Flávia Feier, Rodrigo Mariano, Mayara Christ Machry, Angélica Lucchese, Santiago Cassales Neto, Antônio Nocchi Kalil