Dados do Trabalho
Título
HEREDITARIEDADE NO CÂNCER GÁSTRICO DIFUSO: GENES ASSOCIADOS E SUA EVOLUÇÃO
Introdução
O câncer gástrico difuso hereditário é uma condição genética rara, caracterizada por herança autossômica dominante, elevando consideravelmente o risco de desenvolver câncer gástrico difuso ao longo da vida. É uma das principais causas de morte relacionadas ao câncer, e afeta principalmente indivíduos jovens. As mutações germinativas nos genes CDH1 e CTNNA1, que desempenham papéis cruciais na adesão celular epitelial, estão associadas ao desenvolvimento do câncer gástrico difuso hereditário. O diagnóstico precoce é desafiador, devido à dificuldade em detectar alterações iniciais, o que leva a altas taxas de mortalidade e à resistência aos tratamentos convencionais.
Objetivo
Compreender sobre câncer gástrico difuso hereditário, bem como os conceitos emergentes dos mecanismos responsáveis pela sua progressão.
Método
Esta revisão narrativa, analisou a literatura recente, com base em artigos publicados nos últimos cinco anos na base de dados PubMed.
Resultados
Foram selecionados quatro estudos para discussão. Em seus estágios iniciais, o câncer gástrico difuso hereditário é marcado pela desorganização do epitélio gástrico, onde células mutantes começam a se delaminar, levando à formação de lesões na mucosa. A mutação no gene CDH1, que codifica a proteína E-caderina, desempenha papel central no processo. Em muitos tumores associados, há perda da função da proteína, mesmo em casos onde o CDH1 não apresenta mutações. A ausência ou redistribuição anormal da E-caderina é consequência de mutações somáticas, que compromete a adesão celular e facilita a progressão tumoral. A gastrectomia total profilática tem sido recomendada para portadores de mutações patogênicas no gene, mostrando-se eficaz na melhoria da sobrevida dos pacientes. Novos estudos têm investigado formas de quimioprevenção, identificação de biomarcadores e terapias direcionadas, objetivando melhorar o prognóstico e o manejo da doença. Modelos in vitro também têm ajudado a entender os processos moleculares do carcinoma gástrico difuso e a identificar novos alvos terapêuticos.
Conclusão
Embora a perda da E-caderina seja crucial para a delaminação celular no início da doença, o papel dessa proteína nas fases posteriores da progressão do câncer gástrico difuso ainda não está elucidado. A formação de lesões intramucosas após a perda da E-caderina sugere que outras proteínas da família não conseguem compensar sua ausência no epitélio, indicando necessidade de futuras pesquisas.
Área
Outros e Miscelânea
Autores
MARIEL VALÉRIA PRADA DA SILVA, Chaiane Calonego, Allana Carla Cavanhi, Heloísa Ribeiro dos Santos, Maria Eduarda Guimarães da Silva, Manuela Nunes Souza, Ariana Centa, Gabriela Carneiro Ramos Rocha