Dados do Trabalho

Título

Análise do perfil das internações por neoplasia maligna de fígado e vias biliares intra- hepáticas no Rio Grande do Sul de 2020 - 2024

Introdução

A neoplasia maligna de fígado e vias biliares intra- hepática representa a 3º maior causa de mortalidade relacionada ao câncer globalmente. No Brasil, cerca de 70% dos pacientes diagnosticados já estão em estágio avançado ou terminal da doença. Fato que evidencia a alta agressividade e potencial invasor do tumor. Embora a prevalência dos fatores de risco no Brasil seja variável, a cirrose está presente em 80% dos pacientes diagnosticados. Infecções crônicas pelos vírus HCV e HBV, bem como a obesidade, diabetes, idade superior à 50 anos e consumo de álcool também são fatores de risco significativos, visto a etiologia multifatorial da doença. A análise objetiva identificar fatores modificáveis e populações de risco para permitir o rastreio e diagnóstico precoce da doença.

Objetivo

Analisar o perfil das internações e a taxa de mortalidade por neoplasia maligna de fígado e vias biliares intra - hepáticas no estado do Rio Grande do Sul (RS) no período de 2020 a julho de 2024.

Método

Estudo descritivo retrospectivo que analisou o perfil das internações por neoplasia maligna de fígado e vias biliares intra-hepáticas no período de janeiro de 2020 a julho de 2024, visando obter dados atualizados acerca do panorama atual. Os dados foram obtidos por meio do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde do Brasil (DATASUS), pela ferramenta TABNET, em agosto de 2024 . As variáveis utilizadas foram: número de casos, macrorregião de saúde, número de óbitos, faixa etária e sexo. Para essa pesquisa não foi necessário aprovação do Comitê de Ética, pois trata-se de um estudo de banco de dados público.

Resultados

A partir da análise dos dados constatou-se o total de 5133 casos registrados no RS, dos quais 2898 correspondem à região Metropolitana, proporcional a sua população, seguido da região Norte do estado com 719 casos. No que tange ao sexo, a neoplasia em questão mostrou-se mais prevalente em homens do que em mulheres, embora a diferença de números seja de apenas 14%. A população de 50 a 80 anos é a mais acometida, responsável por 80,4% do total de casos. Em relação à mortalidade, a maior taxa é evidenciada na região dos Vales (41,3%), o que mostra uma lacuna a ser investigada no âmbito da saúde.

Conclusão

Assim, é significativa a prevalência desse tumor no RS, sendo necessário seu rastreio em grupos de risco, como homens de 50 a 80 anos, tabagistas, cirróticos. O estudo serve para ressaltar a importância do diagnóstico precoce e guiar novas estratégias para viabilizar as terapias curativas.