Dados do Trabalho

Título

Potencial terapêutico dos subprodutos da uva no tratamento do carcinoma hepatocelular: uma revisão sistemática

Introdução

O carcinoma hepatocelular é uma das principais causas de morte por câncer, sendo geralmente diagnosticado em estágios avançados. As terapias convencionais, como cirurgias e quimioterapias, são agressivas e muitas vezes não impedem a recidiva. Nesse cenário, compostos naturais com ação antitumoral, como os presentes na uva e seus subprodutos, estão ganhando destaque. O bagaço e o extrato de sementes de uva são ricos em compostos bioativos, como resveratrol, flavonoides e antocianinas, conhecidos por suas propriedades terapêuticas.

Objetivo

Analisar os efeitos terapêuticos dos subprodutos da vinificação, com ênfase em suas propriedades antitumorais no carcinoma hepatocelular.

Método

Trata-se de uma revisão sistemática nas bases de dados PubMed e Science Direct, seguindo o modelo PRISMA, incluindo artigos na língua inglesa, sem período definido. Os descritores utilizados foram “grape extract” OR “grape marc” OR “grape by-products” OR “grape products” OR “grape pomace extract” OR “grape pomace” OR “winemaking by-products” OR “winemaking products” AND “câncer” OR “neoplasm” OR “tumor” OR “liver cancer” OR “liver tumor” OR “hepatic cancer”.

Resultados

De 100 artigos inicialmente identificados, 36 foram incluidos nessa revisão. Dentre os resultados, observou-se maior utilização da Vitis vinifera nos estudos, sendo os produtos secundários bagaço da uva e extrato da uva e da semente os mais testados. Os compostos bioativos presentes no bagaço e nas sementes de uva, como resveratrol, flavonoides e antocianinas, demonstraram ação antitumoral significativa. Eles modulam o ciclo celular, promovem apoptose e inibem a proliferação celular em linhagens tumorais, como as células HepG2. Estudos in vitro revelaram que esses compostos aumentam a atividade mitocondrial e reduzem marcadores de estresse oxidativo, como p-NFκB p50, MyD88 e Ki67, relacionados à progressão do câncer. O bagaço de uva, resíduo que representa até 30% do volume da uva processada, mostrou-se uma fonte rica de compostos bioativos, sendo economicamente viável.

Conclusão

Os subprodutos da vinificação apresentam potencial promissor no tratamento e prevenção do carcinoma hepatocelular. Além de serem uma alternativa terapêutica menos agressiva, sua utilização é economicamente vantajosa, especialmente em regiões com forte tradição vitivinícola, como o Vale do Rio do Peixe. Mais pesquisas são necessárias para validar esses resultados e possibilitar o desenvolvimento de novos fármacos.