Dados do Trabalho
Título
COLITE CRÔNICA COMO CONSEQUÊNCIA DO TRATAMENTO DO CÂNCER COLORRETAL: UM RELATO DE CASO
Apresentação do Caso
Estudo aprovado pelo comitê de ética em pesquisa sob parecer 6.978.405. Paciente do sexo masculino, 52 anos, brasileiro, residente no interior de Santa Catarina, a priori com hábitos alimentares saudáveis, foi diagnosticado com câncer colorretal em 2018. A lesão encontrada teve característica vegetante e ulcerativa, com área central necrótica de aproximadamente 4 cm de diâmetro, ocupando 50% da circunferência do órgão, com característica friável e sangrante. O tumor comprometeu a camada serosa, com infiltração inflamatória e invasão angio-linfática, estadiado em pT3, pN0, pMx - IIA. A escolha de tratamento foi adjuvante, com remoção cirúrgica do adenocarcinoma por laparoscopia. Realizou 25 sessões de radioterapia e 10 sessões de quimioterapia, com início em dezembro de 2018 e término em janeiro de 2019. Após tratamento, apresentou diarreia crônica, flatulência, dor abdominal. Portanto, em abril de 2019 foi diagnosticado com colite crônica moderada inespecífica em cólon descendente e colite crônica discreta em anastomose colorretal no pós-tratamento do câncer colorretal. A doença prejudicou a qualidade de vida do paciente através de dificuldades na alimentação ao ingerir derivados de lactose, leguminosas e certos vegetais. Alternativas para a melhoria da microbiota intestinal estão sendo utilizadas, como o acompanhamento nutricional e a ingestão de probióticos, o que vem auxiliando o paciente.
Discussão
A colite pode ser descrita como uma doença inflamatória do colón, na qual os principais sintomas são diarreia crônica, flatulências e dor abdominal, assim como os relatados pelo paciente. Essa inflamação tem como origem a alteração da microbiota intestinal. Diversos estudos apontam a colite como sendo um fator de risco para o desenvolvimento do câncer colorretal. Entretanto, no caso do paciente a colite não foi um fator etiológico, mas uma consequência da terapia utilizada, possivelmente associada ao fármaco utilizado, que levou a necrose epitelial e atrofia das criptas e vilosidades intestinais. As dificuldades na ingestão de determinados alimentos podem levar a deficiências nutricionais se não forem gerenciadas adequadamente.
Comentários Finais
O acompanhamento contínuo e individualizado no manejo de pacientes que apresentam colite crônica como um efeito adverso do tratamento do câncer colorretal é fundamental para a qualidade de vida do paciente.
Área
Câncer Colorretal
Autores
LUIZA MACHRY, Daniela Kamin Pauli, Ariana Centa