Dados do Trabalho


Título

Microbioma: A Revolução Silenciosa no Tratamento do Câncer Esofagogástrico

Introdução

O câncer esofagogástrico, que inclui tumores do esôfago e estômago, é uma forma prevalente de câncer, com altas taxas de mortalidade devido ao diagnóstico tardio e à rápida progressão da doença. Nos últimos anos, a relação entre o microbioma e o desenvolvimento do câncer tem ganhado destaque. Pesquisas indicam que alterações na composição bacteriana no trato gastrointestinal podem desempenhar um papel crucial na progressão do câncer, influenciando o tratamento e o prognóstico. Ainda, o microbioma tem sido apontado como uma potencial ferramenta para o diagnóstico precoce.

Objetivo

Investigar a influência do microbioma na progressão e diagnóstico precoce do câncer esofagogástrico, destacando os principais gêneros bacterianos associados à doença.

Método

Revisão integrativa utilizando a base de dados PUBMED, com os descritores "oesophageal cancer", "gastric cancer" e "microbiome", combinados por AND e OR. Foram incluídos estudos dos últimos dez anos, ensaios clínicos e randomizados. Após a busca e aplicação dos critérios de inclusão, foram encontrado nove artigos, sendo selecionados para esta revisão seis trabalhos.

Resultados

Estudos indicam que o câncer gástrico está associado ao enriquecimento de cinco gêneros bacterianos: Lactobacillus, Streptococcus, Prevotella, Fusobacterium e Veillonella, enquanto no carcinoma esofágico de células escamosas, predominam Streptococcus, Prevotella e Fusobacterium. Essas bactérias influenciam a carcinogênese por meio da indução de inflamação crônica, como o Fusobacterium, que cria um ambiente propício ao crescimento celular descontrolado. Além disso, elas modulam vias metabólicas, como o metabolismo de aminoácidos, promovendo a proliferação tumoral. Bactérias também podem suprimir a resposta imune, permitindo a proliferação das células cancerosas.No diagnóstico precoce, a análise do microbioma oral mostrou alta sensibilidade para detectar câncer gástrico, com 97% de acurácia em amostras de saliva e placa subgengival, oferecendo uma abordagem não invasiva promissora. O impacto do microbioma também se reflete nas terapias, especialmente na imunoterapia, onde pacientes com maior diversidade bacteriana apresentam melhor resposta aos bloqueadores de PD-L1, sugerindo que a modulação do microbioma pode otimizar os resultados terapêuticos.

Conclusão

O microbioma está relacionado ao câncer esofagogástrico, modulando inflamação e vias metabólicas, além de auxiliar em estratégias diagnósticas e prognóstico.

Área

Câncer Esofagogástrico

Autores

GUSTAVO HENRIQUE CRESTANI, ARIANA CENTA