Dados do Trabalho


Título

Pseudotumor inflamatório hepático simulando metástase de câncer colorretal

Apresentação do Caso

Mulher de 79 anos realizou colonoscopia de rastreio em demonstrando lesão polipóide séssil no ceco, medindo 20x25mm, a qual foi biopsiada, com estudo anatomopatológico (AP) demonstrando adenocarcinoma moderadamente diferenciado. Estadiada por tomografia computadorizada (TC) em outubro de 2020, sem sinais de lesões secundárias, e com nível de antígeno carcinoembrionário (CEA) de 5,9ng/mL. Foi então submetida a ressecção cirúrgica videolaparoscópica em 11/2020, resultando em ileocolectomia, com AP demonstrando adenocarcinoma do intestino grosso com 13 linfonodos ressecados, estadiamento pT1 pN0 M0, estádio I.
Durante o seguimento clínico pós operatório, foi realizada TC de abdome em 09/2021 que identificou imagem nodular hipodensa com realce anelar no segmento hepático VIII medindo 1,6 cm, suspeita para implante neoplásico secundário. CEA nesta data era de 2,3. Investigada adicionalmente com ressonância magnética nuclear, confirmando a característica de implante secundário da lesão, que ao método apresentava-se com 1,3cm, moderado hipersinal T2 e hipossinal e T1, realce anelar pelo contraste desde a fase arterial e com restrição à difusão da água. Insistiu-se na investigação desta lesão, sendo realizado TC por emissão de pósitrons – PET-TC, que confirmou área focal de atividade metabólica no segmento VIII do fígado (SUV 3,8) compatível com implante secundário, sem outras áreas de atividade metabólica anormal.
A equipe então indicou ressecção cirúrgica da lesão, a qual se deu por segmentectomia hepática do segmento VIII em 01/2022. A paciente evoluiu bem no pós operatório, recebendo alta hospitalar no decimo dia pós operatório. O AP da peça cirúrgica revelou lesão nodular, bem delimitada, brancacenta, firme e fosca, medindo 1,1 x 1,0 x 1,0 cm, concluindo que a lesão consistia de parênquima hepático apresentando proliferação linfoide portal e lobular atípica e proeminente, de padrões difuso e folicular, havendo no parênquima adjacente o achado de esteatose hepática macrogoticular leve. Investigação imunohistoquímica associada aos achados histopatológicos permitiu chegar ao diagnóstico final de hiperplasia linfoide reacional em parênquima hepático, configurando assim o pseudotumor linfoide hepático.

Discussão

O Pseudotumor Inflamatório Hepático apresenta características de imagem que sugerem
malignidade e a ressecção da lesão, seguida de achados histopatológicos e imunohistoquímicos benignos parece constituir o curso habitual desta moléstia.

Comentários Finais

Alta suspeição é necessária.

Área

Câncer Hepato-pancreato-biliar

Autores

FELIPE ANTONIO CACCIATORI, Tamires da Silva Nascimento, Greyce Oliveira Galatto