Dados do Trabalho


Título

CARCINOMA HEPATOCELULAR: CORRELAÇÃO ANATOMOPATOLÓGICA E RADIOLÓGICA EM FÍGADOS EXPLANTADOS

Introdução

O carcinoma hepatocelular é o tumor primário mais comum do fígado. Está associado à cirrose hepática e hepatites virais. No Brasil, o transplante hepático é indicado em casos de hepatocarcinoma que preencha os critérios de Milão-Brasil, atribuindo pontos extra que beneficiam estes pacientes na fila de transplante. Os exames de imagem trifásicos, quando atendem aos requisitos de LIRADS 4 e 5, dispensam a realização de biópsia e categorizam estes pacientes como portadores de hepatocarcinoma, o que demonstra a importância da correlação anátomoradiológica, no sentido de definir apenas os pacientes verdadeiro-positivos para este diagnóstico.

Objetivo

O objetivo deste presente estudo foi correlacionar os achados imagéticos pré-transplante com resultados do exame anatomopatológico do explante.

Método

Foi realizado um estudo observacional retrospectivo, sendo selecionados todos os pacientes cirróticos submetidos a transplante hepático por uma equipe transplantadora de um hospital terciário, entre os anos de 2011 e 2015. Todos os pacientes realizaram tomografia computadorizada de abdômen trifásica (TC) e cinco pacientes realizaram ressonância magnética nuclear (RM) para diagnóstico de Carcinoma Hepatocelular (CHC). O comitê de ética da instituição em estudo foi consultado e emitiu parecer favorável sob o CAAE: 37634614.0.0000.5335, devidamente registrado na Plataforma Brasil.

Resultados

A amostra final foi composta por 47 pacientes. Destes, 32 eram do sexo masculino e 15 do sexo feminino, tendo média de idade de 54,9 anos ± 9,4. A hepatite C foi a etiologia mais comum da cirrose. A presença de CHC foi comparada entre os exames radiológicos pré-transplantes (TC e/ou RM) e o anatomopatológico do explante. Dos 47 pacientes, 29 apresentaram algum nódulo de CHC viável no anatomopatológico, sendo que 27 pacientes tiveram CHC detectado tanto na análise histopatológica quanto nos exames radiológicos (verdadeiro-positivos). Outros 14 pacientes não tiveram CHC detectado em ambos os exames (verdadeiro-negativos). Foram encontrados 2 pacientes com incidentaloma e 4 pacientes que apresentaram CHC apenas na análise radiológica (falso-positivos).

Conclusão

Quando analisados em conjunto os achados da TC e RM pré-transplante e comparados com o estudo anatomopatológico do explante, encontrou-se boa concordância para o diagnóstico de CHC e número de nódulos de CHC.

Área

Câncer Hepato-pancreato-biliar

Autores

FELIPE ANTONIO CACCIATORI, Greyce Galatto, Luciana Ferrugem Cardoso, Tamires da Silva Nascimento