Dados do Trabalho


Título

METÁSTASE OCULAR EM CARCINOMA ESPINOCELULAR DE ESÔFAGO - RELATO DE CASO

Apresentação do Caso

Paciente do sexo masculino, 57 anos, tabagista ativo, admitido no serviço de oncologia do aparelho digestivo em setembro de 2024, com queixas de disfagia progressiva e emagrecimento nos últimos 30 dias, associado a episódios de tosse e hematoquezia. Realizou endoscopia externa mostrando lesão vegetante em esôfago médio e biópsia com achados compatíveis com carcinoma epidermóide moderadamente diferenciado. Nas tomografias de estadiamento, mostrou-se lesão expansiva no terço médio do esôfago, determinando importante estenose luminal e distensão esofágica a montante, sem planos de clivagem com brônquio fonte esquerdo, aorta torácica descendente e corpos vertebrais torácicos (T8 e T9). Em exames apresenta suspeitas de metástases (nódulos pulmonares bilateralmente - sendo o maior de 1,5 x 1,4 cm em lobo inferior esquerdo, além de linfonodomegalias mediastinais e múltiplos nódulos hepáticos - sendo o maior medindo 7,6 x 5,4 cm em lobo hepático esquerdo. Durante internação, paciente iniciou com queixa de dor e hiperemia em olho esquerdo. Realizado tomografias que descartaram metástases neurológicas, foi avaliado pela oftalmologia, que identificou suspeita de descolamento de retina. Realizado então ressonância magnética da órbita, com achados de lesão expansiva - medindo 2,1 x 2 x 1,3 cm, intraocular na região lateral direita do globo ocular esquerdo, com componente central cístico/necrose, sugerindo lesão neoplásica metastática.

Discussão

Paciente deu entrada no serviço com quadro já avançado de neoplasia esofágica, apresentando durante internação um achado raro de metástase ocular secundária a neoplasia de esôfago. Paciente foi encaminhado para seguimento com oncologia e cuidados paliativos. Em relação à metástase ocular, a oftalmologia optou por tratamento clínico e segmento ambulatorial.

Comentários Finais

A neoplasia de esôfago é de alta morbimortalidade, devido ao seu diagnóstico normalmente tardio. A prevenção deve focar na modificação dos fatores de risco, tais como: cessação do tabagismo e redução do consumo de álcool. Pacientes diagnosticados com doença localizada têm um prognóstico melhor, quando comparados aos pacientes com doenças avançadas ou metastáticas, como no caso em questão. Por esse motivo, torna-se imprescindível fazer o diagnóstico precoce, buscando o melhor prognóstico e possibilidade de tratamento da doença.

Área

Câncer Esofagogástrico

Autores

LUIZ SERGIO MILANEZ RONCHI, Eumildo De Campos Júnior , Ana Luiza Bonini Domingos , Anderson Rodrigues Da Silva , Eliane Berton