Dados do Trabalho
Título
O papel da quimioterapia intraperitoneal hipertérmica (HIPEC) + cirurgia citorredutora (CRS) no tratamento das neoplasias peritoneais: Eficácia e Desafios
Introdução
Neoplasias peritoneais são condições raras referentes a cânceres que tem início ou se alastram pelo peritônio, podendo ser primárias e secundárias, a importância do tratamento adequado situa-se na sua alta mortalidade e complexidade.
Objetivo
Revisar a literatura acerca da relação do papel da quimioterapia intraperitoneal hipertérmica (HIPEC) no tratamento das neoplasias peritoneais quando combinada com a cirurgia citorredutora (CRS).
Método
A revisão foi realizada nas bases de dados LILACS, PubMed e SciELO, em setembro de 2024, através dos termos: Treatment, HIPEC, Peritoneal Diseases. A pesquisa resultou em 9 trabalhos publicados nos últimos 5 anos, disponíveis na íntegra, em inglês, português e espanhol.
Resultados
Diversos estudos têm investigado a eficácia e desafios da HIPEC junto à CRS no tratamento das neoplasias peritoneais. A maioria demonstra que grande parte dos pacientes com carcinomatose peritoneal foram beneficiados com o tratamento, sendo a combinação CRS + HIPEC eficaz. Embora o procedimento seja eficiente para o prolongamento da sobrevida, ele está ligado a um grande risco de complicações. Fatores de risco independentes para recorrência foram alto grau tumoral e pacientes tratados apenas com CRS. Além disso, evidências demonstram que a CRS e HIPEC estão ligadas a uma morbidade significativa, embora alcance resultados oncológicos positivos. Tendo em vista que a combinação desses tratamentos seja potencialmente curativa, é considerado arriscado devido às altas taxas de complicações pós-operatórias e mortalidade sendo uma preocupação, especialmente em pacientes com cirurgias de longa duração. Outros achados interessantes mostram fatores de risco para morbidade e mortalidade perioperatória após HIPEC, englobam baixo estado de desempenho, idade avançada, histórico de tabagismo, doenças cardiovasculares e diabetes.
Conclusão
Os estudos realizados evidenciam o avanço e eficácia dessa combinação e como esse assunto tem ganhado destaque para o tratamento de neoplasias peritoneais oferecendo potencial de cura em pacientes com taxa de sobrevida baixa. Contudo essa combinação também é associada ao grande risco de complicações. Enquanto esses tratamentos em conjunto demonstram um avanço significativo, a complexidade cirúrgica, análise de resultados e mapeamento dos riscos exigem uma abordagem especializada e uma análise cuidadosa.
Área
Neoplasias Peritoneais
Autores
NATHAN GABRIEL PIES, Marcele Eduarda Minella Boeira, Giulia Masiero Zaro, Rafaela Murtinho Funcke, Lisiane Cervieri Mezzomo, Jéssica Härter