Dados do Trabalho


Título

CÂNCER COLORRETAL METASTÁTICO: USO DE MARCADORES TUMORAIS

Introdução

Apesar dos avanços no manejo do câncer colorretal, a doença em fase metastática continua sendo desafiadora, com raras chances de cura. Todavia, uma melhor compreensão das vias envolvidas no desenvolvimento e proliferação das células cancerosas levou ao desenvolvimento de terapias-alvo e imunoterapia, trazendo consigo à prática clínica o uso de biomarcadores tumorais para controle de progressão do câncer colorretal metastático (CCRm).

Objetivo

Avaliar relevância clínica do uso dos principais marcadores tumorais no câncer colorretal metastático.

Método

A revisão foi realizada nas bases de dados LILACS e PubMed, em setembro de 2024, através dos termos: "tumor marker", "colorectal cancer" e "metastatic". Buscou-se trabalhos dos últimos 5 anos, disponíveis na íntegra.

Resultados

O marcador MSI/dMMR é um "fator preditivo molecular" que prevê com alta precisão a eficácia dos inibidores de ponto de verificação em pacientes com CCRm, possibilitando que alguns indivíduos se beneficiem da imunoterapia. Contudo, apesar das altas taxas de sobrevida livre de progressão e sobrevida global, apenas 3,8% dos casos de CCRm apresentam esse marcador. Outro marcador crucial é a mutação BRAF, especialmente a V600E, presente em aproximadamente 10% dos pacientes com CCRm. Essa está associada a um pior prognóstico e à progressão mais rápida da doença. As distinções entre pacientes com BRAF V600E e aqueles com mutações não-V600E são cruciais para o manejo clínico, pois podem impactar as estratégias de tratamento. Além disso, marcadores RAS (KRAS e NRAS), são frequentes (40%) e estão associadas à resistência a terapias anti-EGFR. Pacientes com mutações RAS podem apresentar uma redução à resposta terapêutica e pior prognóstico. O HER2, oncogene amplamente utilizado no câncer de mama, está presente em 2 a 11% dos pacientes com CCRm. Alterações no gene HER2 são raras, mas podem provocar resistência ao tratamento anti-EGFR. Também, a metilação do DNA foi sugerida como um biomarcador útil para diagnóstico, prognóstico e resposta ao tratamento, pelos marcadores SEPT9 (envolvido na citocinese e no controle do ciclo celular) e a combinação de NDRG4 e BMP3; contudo, a falta de validação do seu uso em amostras independentes mostra limitação significativa.

Conclusão

A combinação de diferentes marcadores tumorais orienta a escolha de opções terapêuticas específicas à medida que o CCRm avança, contribuindo significativamente para a melhoria dos resultados clínicos.

Área

Câncer Colorretal

Autores

JÉSSICA HÄRTER, Rafaela Funcke Murtinho, Marcele Eduarda Minella Boeira, Nathan Gabriel Pies, Giulia Masieiro Zaro, Lisiane Cervieri Mezzomo