Dados do Trabalho


Título

Alterações de perfil epidemiológico do câncer anal e seus reflexos nas estratégias de rastreio.

Introdução

Apesar de representar 2% dos cânceres colorretais e 0,3% de todos os diagnósticos de câncer, o câncer anal tem apresentado um aumento significativo em sua incidência nas últimas três décadas. O tipo mais prevalente, o carcinoma de células escamosas do canal anal, está fortemente associado a infecções por HPV e HIV, comportamento sexual de risco, tabagismo, sexo anal, sobretudo receptivo, e imunossupressão. Assim, o perfil epidemiológico dos pacientes está intimamente ligado à eficácia das estratégias de rastreamento.

Objetivo

Este estudo tem como objetivo revisar a literatura médica para caracterizar os aspectos epidemiológicos do câncer anal, delinear as mudanças no perfil dos indivíduos afetados e analisar suas implicações no rastreamento e diagnóstico precoce dessa neoplasia.

Método

O estudo consiste em uma revisão bibliográfica, com pesquisa no SCIELO e Google Acadêmico. Foram utilizadas as seguintes palavras-chave: câncer anal, perfil epidemiológico e rastreamento. Os critérios de inclusão abrangem a caracterização dos pacientes por idade e/ou comportamento de risco. Estudos que não abordavam essas características ou que eram irrelevantes para o escopo da pesquisa foram excluídos.

Resultados

A análise bibliográfica indicou uma tendência consistente de alteração no perfil epidemiológico dos pacientes diagnosticados com câncer anal. Observou-se um deslocamento progressivo para faixas etárias mais jovens nas últimas três décadas, predominante naqueles com comportamentos sexuais de risco e portadores de HIV ou HPV. Além disso, o risco de câncer anal mostrou-se significativamente mais elevado em homens que se identificam como não heterossexuais, pessoas com mais de 15 parceiros sexuais durante a vida, e associado à idade precoce do primeiro intercurso sexual, sobretudo em mulheres.

Conclusão

Diante disso, nota-se a transição no padrão etário e comportamental dos pacientes com câncer anal à significativa relação à exposição as infecções sexualmente transmissíveis e aos comportamentos de risco. Estudos sugerem rastreamento geral a partir dos 45 anos, entretanto, em casos de mulheres transexuais e homens não-heterossexuais soropositivos para HIV e/ou HPV indica-se iniciar o rastreio aos 35 anos. Entre as estratégias preventivas mais recomendadas estão a citologia anal e os testes rápidos para ISTs, complementados pela anuscopia e biópsia em casos com indicação clínica. Essas medidas são cruciais para a detecção precoce e manejo adequado de câncer anal.

Área

Câncer Colorretal

Autores

NATHAN GABRIEL PIES, Marcele Eduarda Minella Boeira , Jéssica Härter, Rafaela Murtinho Funcke , Giulia Masiero Zaro, Lisiane Cervieri Mezzomo