Dados do Trabalho


Título

Óbitos por neoplasias malignas no aparelho digestivo no estado do Rio Grande do Sul nos anos de 2013 a 2023: levantamento de dados epidemiológicos disponíveis no DATASUS

Introdução

O Rio Grande do Sul (RS) é um dos estados com maior concentração de casos de neoplasias do aparelho digestivo no Brasil. Alguns dos órgãos mais comumente acometidos por essas neoplasias são esôfago, estômago, intestino, reto, fígado e pâncreas. Esses tipos de câncer podem ser agressivos e, se não diagnosticados e tratados precocemente, têm alta taxa de mortalidade.

Objetivo

Descrever as características relacionadas aos óbitos por neoplasias malignas de outros órgãos digestivos e de localizações mal definidas no aparelho digestivo, considerando registros com o CID C26, entre os anos de 2013 a 2023 no RS.

Método

Trata-se de um estudo descritivo com dados obtidos a partir do Sistema de Informações sobre Mortalidade, DATASUS.

Resultados

Segundo os dados levantados, entre 2013-2023, ocorreram no Brasil 45.412 óbitos, dos quais 8.562 (18,9%) foram registrados na região Sul do país. Dentre os três estados dessa região, o RS parece ter uma prevalência de óbitos maior que Paraná e Santa Catarina. No período analisado, os óbitos no RS ocorreram de forma semelhante entre os sexos (homens 1.786 e mulheres 1.753). No total, 3.140 dos 3.539 ocorreram em pessoas declaradas brancas. O maior número de óbitos ocorreu nas regiões metropolitana (n=1.062) e sul do estado (n=616), enquanto o menor número ocorreu na região da serra (n=253). Quanto à faixa etária, o número de óbitos aumenta conforme aumenta a idade. Entre os indivíduos de até 49 anos houve 226 óbitos, de 50 a 59 anos foram 456, de 60 a 69 anos foram 793 e entre aqueles com 70 anos ou mais foram 2.064 óbitos. No período analisado, o número de óbitos por ano não parece apresentar tendência, mas variações, sendo 2016 (n=376) e 2022 (n=353) os anos com maior número de casos e 2020 (n=274) e 2021 (n=281) com o menor número. Esse achado diverge do que ocorre a nível nacional, já que no país houve aumento progressivo do número de óbitos até o ano de 2022, ano que registrou o maior número de óbitos com 4.632 casos. Em 2023 houve uma queda de 709 casos em comparação com o ano anterior. Dados parciais do ano de 2024 ainda não estão disponíveis para verificar se a redução se mantém.

Conclusão

O grupo das neoplasias malignas do aparelho digestivo é amplo de forma que os dados epidemiológicos podem ser informações mais relevantes quando considerados no contexto específico de cada uma das doenças. Contudo, a importância da identificação precoce deve ser ressaltada considerando a prevalência e mortalidade por essas neoplasias na população gaúcha e brasileira.

Área

Outros e Miscelânea

Autores

JÉSSICA HÄRTER, Rafaela Funcke Murtinho, Marcele Eduarda Boeira Minella, Nathan Gabriel Pies, Giulia Masieiro Zaro, Lisiane Cervieri Mezzomo