Dados do Trabalho
Título
Tumor gastrointestinal estromal de cabeça pancreática: relato de caso de uma entidade rara
Apresentação do Caso
Paciente do sexo feminino, 52 anos, com dor abdominal há 7 meses, associada a náuseas, inapetência e perda de 10kg nesse período. Ao exame físico, apresentava apenas dor à palpação profunda em mesogástrio. Procurou assistência médica e realizou colangiorressonância, que demonstrou lesão nodular sólida na cabeça e no processo uncinado do pâncreas sugestiva de neoplasia. Seguindo a investigação, realizou ecoendoscopia, que descreveu uma imagem heterogênea, predominantemente hipoecogênica, de limites imprecisos, bordas irregulares, medindo cerca de 45,6 x 40,7 mm, localizada no retroperitôneo em íntimo contato com a cabeça e com processo uncinado do pâncreas. Ao doppler, a lesão apresentava-se ricamente vascularizada. A biópsia mostrou neoplasia fusocelular sólida e foi confirmado tumor estromal gastrointestinal (GISTs) com CD117 (+), DOG-1 (+), CD34 (+) e S100 (−) pela imunohistoquímica. Encaminhada para hospital de referência, onde foi realizado gastroduodenopancreatectomia.
Discussão
Os GISTs são tumores incomuns, constituindo cerca de 1–2% dos cânceres primários do trato gastrointestinal. Apesar de sua infrequência, os GISTs são as neoplasias mesenquimais predominantes no trato gastrointestinal. A idade típica dos pacientes diagnosticados é em torno de 60 anos, a distribuição por sexo é semelhante e aproximadamente 18% (5-40%) dos pacientes são diagnosticados incidentalmente. Quanto à localização, o estômago foi a mais comum (55,6%), seguido pelo intestino delgado (31,8%), área colorretal (6,0%), outras (5,5%) e esôfago (0,7%). A maioria dos estudos indicou uma taxa de incidência de 10 a 15 casos por milhão por ano. O GIST primário do pâncreas é um tumor esporádico. Neste momento, existem menos de 50 casos de essência pancreática relacionados. Este caso destaca a importância de considerar os GISTs pancreáticos no diagnóstico diferencial de massas pancreáticas, particularmente em apresentações atípicas. A ressecção cirúrgica continua sendo a modalidade de tratamento primário, e o diagnóstico precoce pode levar a melhores resultados.
Comentários Finais
Embora raros e, em geral, assintomáticos, os GISTs apresentam uma boa resposta ao tratamento cirúrgico, o que reforça a importância de considerar essa hipótese diagnóstica em casos de apresentação atípica como ilustrado nesse caso.
Área
Câncer Hepato-pancreato-biliar
Autores
MATEUS ANTONIO ROCHA, HECTOR ENRIQUE TERSIGNI ALVAREZ , JOAO EMILIO LEMOS PINHEIRO FILHO , ERICA SAKAMOTO , PEDRO FERNANDES LOUBACK, ANDRE RONCON DIAS, LUIZ HENRIQUE JORDAO JUNIOR , MARIA FERNANDA LEPORE , JAQUES WAISBERG