Dados do Trabalho


Título

Pancreatectomia corpo-caudal com preservação esplênica por laparoscopia

Introdução

A pancreatectomia distal é o tratamento padrão para lesões pré-malignas, malignas e benignas sintomáticas localizadas na cauda e no corpo do pâncreas. A abordagem laparoscópica dessas lesões proporciona bons resultados perioperatórios e pós-operatórios, sendo cada vez mais utilizada por cirurgiões experientes.

Objetivo

Objetivo deste relato é exemplificar pancreatectomia corpo-caudal com preservação esplênica e sua factibilidade por laparoscopia.

Método

Paciente feminina,35 anos, em acompanhamento por lesão cística em corpo de pâncreas suspeita de IPMN secundário de 3cm.Optado por ressecção laparoscópica. Acesso ao retroperitônio após abertura do ligamento gastrocólico. Inicia-se a dissecção de medial para lateral a fim de identificar os vasos esplênicos. Primeiramente realiza-se a mobilização da borda superior do pâncreas seguido de dissecção e reparo da artéria esplênica. Realiza-se a dissecção da borda pancreática inferior.Durante a dissecção da face posterior, identifica-se veia esplênica intraparenquimatosa, exigindo uma dissecção cautelosa. Faz-se a transecção do parênquima pancreático com grampeador laparoscópico carga verde de forma suave e constante a fim de não fraturar o mesmo.Retirado peça da cavidade abdominal.Preservação do baço.Posicionamento de dreno abdominal.

Resultados

Paciente em boa evolução, sem fístula pancreática no pós-operatório ou reoperação. Resultado anatomopatológico cistoadenoma seroso macrocístico multiloculado, medindo cerca de 2,5cm no maior eixo.

Conclusão

A pancreatectomia distal laparoscópica fornece melhores resultados perioperatório por reduzir sangramentos intra-operatória, proporcionar menor tempo de internação hospitalar e diminuir a morbidade pós-operatória em relação à técnica aberta. Existem diferentes técnicas laparoscópicas, neste relato foi realizada abordagem convencional dos vasos esplênicos, de medial para lateral, a fim de preservá-los, mantendo o baço com perfusão adequada.A presença da veia esplênica intraparenquimatosa exigiu cautela na dissecção da face posterior do pâncreas evitando sangramentos que poderiam ser de difícil controle. Outro ponto importante é a transecção do parênquima pancreático, visto que o mesmo deve ser grampeado com a carga compatível com a espessura do mesmo e realizado de forma contínua e suave, evitando assim a formação de fístulas. Por fim, a suspeita de IPMN secundário em crescimento, indicando cirurgia por risco de malignização, não se confirmou no resultado patológico.

Vídeo

https://www.youtube.com/watch?v=pOMvNBMqmSM

Área

Câncer Hepato-pancreato-biliar

Autores

DAYARA SALES SCHEIDT, Eduardo Zanella Cordeiro, Rodrigo Baretta, Marilia Antunes de Oliveira, Carla Allona Ballesteros Popriguina , Karine Perin Fernandes