Dados do Trabalho


Título

RAMPS laparoscópico para tratamento de volumosa lesão cística mucinosa de pâncreas

Introdução

A pancreatoesplenectomia modular anterógrada radical (RAMPS) foi elaborada por Strasberg com objetivo de obter maior percentual de margens retroperitoneais negativas e maior tecido linfonodal na linfadenectomia em comparação à cirurgia convencional.

Objetivo

Objetivo deste trabalho é exemplificar o RAMPS videolaparoscópico no tratamento de volumosa lesão cística em pâncreas distal.

Método

Paciente feminina, 61 anos, apresentava sintomas de pancreatite e durante investigação identificou lesão cística volumosa em pâncreas distal. Optado então por realizar ressecção laparoscópica. Posicionada em decúbito lateral direito usando clockwise approach. Acesso à retrocavidade após seccionar o ligamento gastrocólico, identificando a lesão cística e ressecção de parte do mesocólon devido aderência a mesma. Ressecção da fáscia de Gerota com exposição do rim, da veia renal e adrenal. A mobilização do pâncreas iniciou-se na borda inferior para visualização da veia mesentérica superior, da confluência esplenomensentérica e da veia porta. Depois de criar um túnel atrás do colo do pâncreas, o mesmo foi seccionado com um grampeador linear endoscópico de carga verde. Os vasos esplênicos foram seccionados junto com o parênquima. Após a ressecção completa do pâncreas distal e do baço com dissecção em bloco dos linfonodos, a amostra foi ensacada e retirada da cavidade abdominal. Síntese do mesocólon e posicionamento de dreno.

Resultados

Paciente apresentou boa evolução pós-operatória, sem complicações como fístula pancreática ou necessidade de reoperação. Resultado anatomopatológico de neoplasia mucinosa cística multiloculada com displasia de baixo grau de 7cm e linfonodos normais.

Conclusão

A pancreatectomia distal laparoscópica para tumores de pâncreas já é bem reconhecida pelos cirurgiões, apresentando melhores desfechos pós operatórios que a convencional. A técnica de RAMPS aplicada à laparoscopia apresenta, segundo literatura, maiores taxas de R0 e recuperação linfonodal, além de não haver diferença estatística nos índices de fístula pancreática e hemorragias. No caso descrito, o tipo 1 de RAMPS foi utilizado, ressecando a fáscia de Gerota e preservando a adrenal. Optou-se também por utilizar o plano posterior e ressecar parte do mesocólon a fim de garantir margem posterior adequada sem violar o tumor. Apesar de ser uma técnica mais complexa, realizada por cirurgiões experientes, não apresenta aumento do tempo cirúrgico ou piores desfechos pós-operatórios.

Vídeo

https://www.youtube.com/watch?v=TeAzjq9pZiY

Área

Câncer Hepato-pancreato-biliar

Autores

DAYARA SALES SCHEIDT, Eduardo Zanella Cordeiro, Rodrigo Baretta, Marilia Antunes de Oliveira, Carla Allona Ballesteros Popriguina, Karine Perin Fernandes