Dados do Trabalho
Título
Esofagectomia pela técnica de Ivor-Lewis em paciente em pós-operatório de By-pass gástrico em Y de Roux
Introdução
O câncer de esôfago é uma neoplasia maligna de grande importância, caracterizada por ser uma doença que apresenta poucos sintomas nas fases iniciais, o que faz com que o diagnóstico seja, na maioria das vezes, tardio. Como resultado, apresenta alta mortalidade e um prognóstico desfavorável. A junção esofagogástrica, em especial, apresenta risco elevado para adenocarcinoma. A classificação de Siewert, utilizada para categorizar os adenocarcinomas dessa região, além de avaliar o prognóstico, também auxilia na decisão do tratamento. Nos adenocarcinomas Siewert I e II, geralmente a técnica de escolha é a de Ivor-Lewis. Essa técnica consiste em esofagectomia por toracoscopia e confecção de tubo gástrico através de laparoscopia.
Objetivo
O objetivo deste vídeo é demonstrar, através da técnica de Ivor-Lewis, abordagem cirúrgica de um câncer de transição esofagogástrica Siewert I em paciente com antecedente de obesidade mórbida e gastroplastia em Y de Roux.
Método
O vídeo retrata a cirurgia de um paciente masculino, de 49 anos, com quadro de disfagia para sólidos, dor epigástrica pós alimentação associada a náuseas e vômitos com laivos de sangue, além de perda ponderal de 12 kg nos últimos 8 meses. Apresenta antecedente pessoal de obesidade mórbida e de refluxo gastroesofágico, tendo sido submetido à gastroplastia em Y de Roux há 12 anos. Realizou endoscopia digestiva alta, que apresentou lesão ulcerada acometendo toda a circunferência do esôfago. Na biópsia, foi constatado adenocarcinoma de padrão tubular.
Resultados
O paciente foi submetido à quimioterapia neoadjuvante com esquema FLOX e FLOT. Ademais, foi realizada esofagectomia por toracoscopia e confecção de tubo gástrico por laparoscopia pela técnica de Ivor-Lewis. Devido à realização prévia de by-pass gástrico, optou-se por iniciar o procedimento pelo tempo abdominal. Não houve intercorrências intraoperatórias. O paciente apresentou evolução favorável com boa aceitação da dieta via oral e teve alta no décimo dia de pós-operatório, com orientação de retorno para acompanhamento com equipes de oncologia e cirurgia geral.
Conclusão
Esse caso demonstra a complexidade do manejo do adenocarcinoma de junção esofagogástrica. A escolha da técnica de Ivor-Lewis, adaptada devido à gastroplastia prévia, mostrou-se eficaz, permitindo uma recuperação sem intercorrências significativas. O caso sublinha a importância do diagnóstico e tratamento precoces, além do acompanhamento contínuo, para melhorar o prognóstico desses pacientes.
Vídeo
https://youtu.be/gCLFs5mwvBo
Área
Câncer Esofagogástrico
Autores
MATEUS ANTONIO ROCHA, HECTOR ENRIQUE TERSIGNI ALVAREZ, JOÃO EMÍLIO LEMOS PINHEIRO FILHO, ERICA SAKAMOTO, ANTÔNIO MARQUES DE MEDEIROS NETO, ANDRÉ RONCON DIAS, LUIZ HENRIQUE JORDAO JUNIOR, JOAO VICTOR DE OLIVEIRA RAULINO , MARIA FERNANDA LEPORE, JAQUES WAISBERG