Dados do Trabalho
Título
AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA DE TERAPIAS NEOADJUVANTES VERSUS ADJUVANTES NO CÂNCER DE PÂNCREAS RESSECÁVEL: UMA REVISÃO NARRATIVA DAS META-ANÁLISES
Introdução
Neoplasias malignas do pâncreas são consideradas como uma das neoplasias com maior mortalidade, devido ao seu desenvolvimento ocorrer de forma silenciosa . Avaliar o real impacto de terapias neoadjuvantes na ressecção de câncer pancreático pode auxiliar na escolha do melhor tratamento.
Objetivo
Averiguar se existem resultados que atestam uma relação positiva de terapias neoadjuvantes na Ressecção de Câncer Pancreático Primário em relação às terapias adjuvantes sobre a sobrevida global (OS) dos pacientes.
Método
Este estudo é uma revisão narrativa, alicerçada em uma pesquisa bibliográfica na base de dados PubMed. Foram utilizados os termos "neoadjuvant approach" e "borderline resectable pancreatic cancer", conectados pelo operador booleano AND, objetivando identificar revisões sistemáticas e Meta Análises publicadas entre os anos de 2010 e 2024. A pesquisa teve 13 resultados, dos quais 5 foram selecionadas por atenderem aos critérios de inclusão. Esses estudos foram analisados de maneira aprofundada sobre qual o impacto na sobrevida global (OS) de terapias neoadjuvantes na Ressecção de Câncer Pancreático Primário em comparação a terapia adjuvantes.
Resultados
Os dados apresentados nas meta-análises selecionadas não evidenciam uma vantagem significativa das terapias neoadjuvantes em comparação com as terapias adjuvantes em termos de OS para pacientes com câncer de pâncreas ressecável. Apesar de uma melhoria nas taxas de ressecção R0 — com um aumento de aproximadamente 20% quando aplicado tratamento neoadjuvante —, esta vantagem técnica não se traduz em um aumento correspondente na sobrevida dos pacientes. Os estudos incluídos majoritariamente exploraram regimes baseados em gemcitabina, sem mostrar diferenças significativas em DFS quando comparados ao tratamento adjuvante subsequente à cirurgia.
Conclusão
Os resultados das meta-análises revisadas não sustentam uma mudança nos protocolos clínicos atuais que favoreçam a adoção de terapias neoadjuvantes sobre as adjuvantes. A participação em protocolos de tratamento neoadjuvante deve ser considerada em um contexto clínico bem definido, como em pacientes com doença localizada e avançada. A decisão deve ser, portanto, individualizada com base nas características do tumor e na condição geral do paciente.
Área
Câncer Hepato-pancreato-biliar
Autores
LUCAS GUSTAVO ARAUJO GUIMARÃES, Timóteo Moreira, Arthur Bertuol Maurer, Lucas Santos Garcez, Anderson da Silveira Gonçalves, Gustavo Gabriel de Oliveira, Pedro Cravo Melo, Henrique da Rocha Froncheti, Gustavo Vianna Raffo, Felipe Gropelli