Dados do Trabalho


Título

REVISÃO DE 10 CASOS OPERADOS DE EXENTERAÇÃO PÉLVICA TOTAL EM UMA INSTITUIÇÃO FILANTRÓPICA EM SÃO PAULO

Introdução

A exenteração pélvica total (EPT) é uma cirurgia complexa, que remove estruturas pélvicas do trato digestivo e genitourinário, usada para o tratamento de neoplasias pélvicas localmente avançadas. A reconstrução com colostomia úmida duplo cano apresenta importantes vantagens: evita anastomose do intestino delgado, diminuição de fístulas entéricas, diminuição do tempo cirúrgico e confecção de apenas um estoma.

Objetivo

Avaliar os resultados das Exenterações Pélvicas Totais realizadas em uma instituição filantrópica em São Paulo.

Método

Trata-se de um estudo retrospectivo de pacientes que realizaram Exenteração Pélvica Total no período de 01/12/2022 a 04/04/2024, em uma instituição filantrópica em São Paulo. A técnica cirúrgica mais utilizada na reconstrução do trato urinário e digestivo foi a colostomia úmida de duplo cano onde a anastomose ureterocólica é realizada com método antirrefluxo com cateteres mono J nos ureteres.

Resultados

No total 10 pacientes foram incluídos na revisão, sendo a mediana de idades 61,5 anos e 90% do sexo masculino. O Adenocarcinoma foi o único tipo histológico encontrado. A topografia do tumor mais comum foi o retossigmoide (alto) com 60% e 40 % tumor de reto (médio ou baixo). Três pacientes que já haviam sido submetidos a cirurgias colorretais prévias, foram submetidos a EPT por recidiva tumoral. Três pacientes apresentaram recorrência locorregional ocorrida após EPT. A mediana de sobrevida foi 10,5 meses (0-20 meses), com apenas três óbitos ocorridos no período perioperatório (1 por fístula colônica, 1 por broncoaspiração e 1 por choque refratário no pós operatório). Utilizamos duas técnicas cirúrgicas para reconstrução do trato urinário: a colostomia úmida duplo cano (80%), método pelo qual o serviço usualmente escolhe para esse tipo de reconstrução; e a Bricker. O conduto ileal a Bricker foi utilizado em dois casos de recidiva de pós operatório tardio de amputação abdominoperineal de reto e retossigmoidectomia, esse último com recidiva de doença acometendo o cólon direito.

Conclusão

A EPT tem uma morbimortalidade considerável, porém oferece uma possibilidade de cura em pacientes com neoplasias pélvicas complexas. Vemos como vantagens ao utilizar a reconstrução urinária com colostomia úmida de duplo cano, evitar anastomose do intestino delgado, com potencial redução de fístulas entéricas, diminuição do tempo cirúrgico e confecção de apenas um estoma.

Área

Câncer Colorretal

Autores

CLAUDIA RIBEIRO LINARES, Laura Balbinot Passero, Rafael Duarte Massai, Danilo Nogueira Cimatti, Ronaldo Elias Carnut Rego, Stephani Costa Sousa Freire Silva, Larissa Triunfo Costa, Natallia Meira Gonsalez, Maria Clara Ferreira Vivi, Bárbara Pacheco Silva