Dados do Trabalho
Título
HEMICORPORECTOMIA POR CEC DE CANAL ANAL RECIDIVADO: RELATO DE CASO
Apresentação do Caso
Paciente R.J.O. de 40 anos, caucasiano, engenheiro civil, atendido pelo serviço de oncologia da Santa Casa de Ponta Grossa com queixa de ulceração e necrose extensa em região anal, períneo e região glútea em maio de 2015. Refere aparecimento de lesão de pele em borda anal há 70 dias, com dor ao sentar. Histórico familiar positivo para câncer renal em pai, história pregressa de mielomenigocele, sem outras comorbidades, nega tabagismo e etilismo. Ao exame físico revelou lesão ulcerada em região perineal com aproximadamente 15 cm de diâmetro, bem como a ausência de linfoadenomegalia inguinal. Trouxe na avaliação o laudo de biópsia da lesão ulcerada em ânus, a qual revelou carcinoma espinocelular bem diferenciado, ulcerado e invasor. A ressonância magnética (abril de 2015) com espessamento da porção posterior de reto até a pele com ausência de planos de clivagem, compatível com fístula transesfincteriana com abscedação. Com o diagnóstico firmado de CEC de canal anal, classificado como T4N0M0 e estadiamento clínico IIIA, foi iniciado o tratamento com o esquema de NIGRO e preparo para colostomia com finalidade de higienização da área tumoral. Iniciou ciclos de quimioterapia com cisplatina e 5-fluoracil além de radioterapia local com dose total de 55,8 Gy no período de 01 de julho a 01 de setembro de 2015 Após contato com paciente e familiares a respeito de tratamento quimioterápico paliativo, mesmo com baixa possibilidade de resposta, o paciente e os familiares optaram por tentativa de tratamento cirúrgico. Assim, o paciente foi encaminhado a oncologia cirúrgica para avaliar possibilidade de cirurgia radical. Por se tratar de um paciente jovem e com sequela motora parcial em membros inferiores (mielomeningocele prévia), houve indicação de procedimento radical: hemicorporectomia por CEC anal recidivado e assim foi operado no dia 25 de fevereiro de 2016.
Paciente retorna a seguimento em 02/2024 com exames de seguimento sem evidencia de residia.
Discussão
A HC é uma intervenção radical, com restrita indicação e que carece do desejo e aceitação do paciente e seus familiares e, também, de ponderação das condições do tumor e clínicas, bem como do prognóstico a longo prazo e disponibilidade de apoio e reinclusão social
Comentários Finais
Paciente submetido a procedimento radical, esta com uma sobrevida de 8 anos livre de doença, paciente tem uma vida social, tem prótese para locomoção.
Assim concluímos que casos bem indicados e com equipe multidisciplinar podem salvar uma vida.
Área
Câncer Colorretal
Autores
JOSE MANUEL BELTRAN TORREZ, Aline Cristina Gon, Gustavo Alvares da Cunha, Leticia Yasmin Ruani, Ricardo Augusto Eineck Aurichio, Alexandre de Almeida Guedes, Jonathan Geronaso Simoes, Camila Pelliza