Dados do Trabalho


Título

27 casos consecutivos de esofagectomia operados sem mortalidade operatória

Introdução

A esofagectomia é uma cirurgia desafiadora e sua realização tem sido historicamente associada a altas taxas de morbidade e mortalidade. O avanço tecnológico, a sistematização da cirurgia e o referenciamento para grandes centros melhoraram os resultados cirúrgicos.

Objetivo

Relatar os resultados cirúrgicos de  27 pacientes submetidos à esofagectomia por câncer de esôfago em um hospital de referência.

Método

Coletamos retrospectivamente dados de pacientes operados por câncer de esôfago entre 01/08/2018 e 12/03/2024. Identificamos 33 pacientes, dos quais 6 foram excluídos (neoplasia gástrica e cervical). Todos os casos foram operados por cirurgiões oncológicos. Os desfechos incluíram mortalidade e complicações pós-operatórias, classificadas conforme a classificação de Clavien-Dindo, fístula anastomótica, necessidade de reoperação, tempo de permanência na unidade de terapia intensiva, dias de internação e tempo para introdução de dieta oral.

Resultados

A casuística é composta por 22 homens e 5 mulheres. A média de idade foi 58 anos. Dos 27 pacientes operados, 15 eram portadores de CEC, 9 eram adenocarcinomas, 2 eram GIST e 1 era MANEC. Todos foram submetidos a esofagectomia subtotal, sendo 24 por 3 acessos (destes 22 por toracoscopia e 2 por toracotomia) e 3 por via transhiatal. Neoadjuvância foi realizada em 25 dos 27 pacientes, sendo 17 quimioterapia e radioterapia, quimioterapia em 7 e radioterapia somente  1 caso. Complicações pulmonares ocorreram em 7 pacientes, cardiológicas em 1 paciente e fístula anastomótica em 16 pacientes (59%), sendo 94% Clavien Dindo 2, somente 1 precisou reintervenção, com os demais evoluindo com resolução após tratamento conservador. A mediana de internação na UTI foi 4 dias e a internação hospitalar foi 13 dias. A mediana do início da alimentação oral foi nos 8 dias. Não houve óbito pós-operatório. 

Conclusão

A mortalidade cirúrgica elevada pós-esofagectomia é relatada na literatura, mesmo nas melhores séries. A via minimamente invasiva tem sido associada à redução da morbidade. Na casuística relatada, todos os pacientes foram operados pela mesma equipe, num centro de referência estadual, o que contribuiu para o resultado sem mortalidade. A evolução das técnicas cirúrgicas, especialmente toracoscopia, revolucionou a cirurgia esofágica, realizada por uma equipe treinada, capaz de reproduzir os resultados alcançados nos melhores centros.
 

Área

Câncer Esofagogástrico

Autores

DAYARA SALES SCHEIDT, Eduardo Zanella Cordeiro, Rodrigo Baretta, Marilia Antunes de Oliveira, Carla Allona Ballesteros Popriguina, Karine Perin Fernandes, Rodrigo de Pieri Coan, Rodrigo Widholzer Bordinhão