Dados do Trabalho
Título
Manejo de Tumor Neuroendócrino Gástrico com Invasão Linfovascular: Relato de Caso
Apresentação do Caso
Paciente masculino, 38 anos, com dispepsia persistente, foi encaminhado ao serviço de gastroenterologia em 2019. Negava comorbidades, tabagismo e etilismo. Na endoscopia digestiva alta (EDA), observou-se enantema leve difuso e uma lesão elevada e ulcerada na pequena curvatura gástrica. A biópsia revelou proliferação de células azuis em padrão trabecular, compatível com tumor neuroendócrino grau I (NET G1). Exames mostraram hipovitaminose B12 e D. Durante o seguimento, biópsias posteriores confirmaram invasão linfovascular, resultando na reclassificação do tumor para grau III (NET G3). O paciente foi monitorado com repetições de EDA e exames laboratoriais contínuos.
Discussão
O tumor neuroendócrino gástrico (NET) foi identificado incidentalmente durante a investigação de dispepsia, destacando a importância da vigilância endoscópica em sintomas gastrointestinais persistentes ou com sinais de alarme. O diagnóstico envolveu exames de imagem, histopatológicos e imuno-histoquímicos. Inicialmente classificado como NET G1, o tumor foi reclassificado para NET G3 após a detecção de invasão linfovascular e um KI67 de 25%, sugerindo maior agressividade. Este caso sublinha a importância do monitoramento contínuo e da reavaliação diagnóstica para adaptar o tratamento.
A invasão linfovascular aumentou o risco de metástase, levando à recomendação de gastrectomia total. No entanto, o paciente optou por um manejo conservador com acompanhamento clínico e endoscópico, evidenciando a necessidade de uma abordagem personalizada que equilibre riscos cirúrgicos com as preferências do paciente. Este caso ilustra os desafios no manejo de NET gástrico, onde as decisões terapêuticas envolvem a qualidade de vida e o risco de progressão da doença
Comentários Finais
O manejo do tumor neuroendócrino gástrico com invasão linfovascular exige acompanhamento rigoroso devido ao potencial de metástase. O diagnóstico precoce e intervenções endoscópicas permitiram um controle eficaz da doença até o momento. A decisão de evitar a gastrectomia, preferindo o seguimento clínico, destaca a importância de um manejo personalizado, considerando as preferências do paciente e os riscos-benefícios das intervenções propostas. Este caso demonstra o desafio de tratar neoplasias raras, onde o tratamento deve ser individualizado, baseado em achados clínicos, laboratoriais e nas expectativas do paciente.
Área
Neoplasias Raras
Autores
HUMBERTO CARDOSO ALVES, ANTONIO BARROS LOPES, BRUNO GUERRA, JOÃO ARTUR MEYER, DAVÍ SALINI, GABRIEL SIGNORI, HENRIQUE RITTER DAL PIZZOL