Dados do Trabalho


Título

CÂNCER DE ESÔFAGO: REVISÃO RETROSPECTIVA DE CASOS E MODALIDADES TERAPÊUTICAS DE 2013 A 2024 NA REGIÃO SUL DO BRASIL

Introdução

A região Sul do Brasil apresenta a maior incidência de neoplasias malignas de esôfago, atingindo, em 2022, 6,34 casos em cada cem mil habitantes. Entre as modalidades terapêuticas mais utilizadas estão a quimioterapia, a radioterapia e a ressecção cirúrgica. A análise do perfil epidemiológico dos pacientes, bem como da abordagem terapêutica utilizada, é imprescindível para o entendimento do acometimento da doença na população, possibilitando o correto manejo dos recursos de acordo com as necessidades da saúde pública.

Objetivo

Analisar o perfil epidemiológico dos casos de câncer esofágico na região Sul do Brasil em relação ao sexo, faixa etária e modalidade terapêutica, a fim de identificar a população vulnerável.

Método

Foi realizado um estudo descritivo retrospectivo sobre incidência e modalidade terapêutica de câncer de esôfago na região Sul do Brasil entre os anos de 2013 e 2023. Os dados foram obtidos do Painel-Oncologia - BRASIL pela ferramenta TABNET, utilizando variáveis de número de casos, região do país, modalidade terapêutica, sexo e faixa etária.

Resultados

Foram registrados 17.119 casos de câncer esofágico no período entre 2013 e 2023 na região Sul. Em média, obteve-se 1556 diagnósticos por ano, sendo a maioria deles homens (73,87%) e indivíduos com idade igual ou superior a 50 anos (89,47%). Em pessoas de até 39 anos, todavia, 52,23% dos diagnósticos foram homens e 47,77% mulheres. Em relação à modalidade terapêutica, a quimioterapia corresponde ao tratamento mais utilizado (46,21%), seguido da radioterapia (26,93%), radioquimioterapia (4,51%) e cirurgia (4%). Cerca de 18,33% dos casos não apresentaram informações do tratamento.

Conclusão

Com uma média significativa de diagnósticos anualmente, os fatores de risco identificados na literatura, tais como idade acima de 50 anos e sexo masculino, mostram-se de acordo na população da região, exceto em pessoas de até 39 anos, cuja distribuição mostrou-se semelhante entre os sexos. Em indivíduos de até 19 anos, observou-se grande índice de cirurgia, o que pode refletir tanto maior gravidade dos quadros quanto melhores condições clínicas nessa faixa etária. Apesar de constituir o tratamento padrão-ouro para o câncer esofágico, a cirurgia apresentou baixos índices, mesmo considerando os casos sem informação terapêutica como parte da modalidade, o que, somado ao alto índice de quimio e radioterapia, pode sugerir diagnósticos tardios e cenários paliativos.

Área

Câncer Esofagogástrico

Autores

LUCAS GUSTAVO ARAUJO GUIMARÃES, Arthur Bertuol Maurer, Timóteo Moreira, Henrique da Rocha Froncheti, Pedro Cravo Melo, Anderson da Silveira Gonçalves, Gustavo Vianna Raffo, Gustavo Gabriel de Oliveira, Felipe Gropelli, Felipe de Moura Manjabosco