Dados do Trabalho


Título

ANÁLISE COMPARATIVA DA MORTALIDADE E MORBIDADE HOSPITALAR POR CÂNCER DE FÍGADO NO BRASIL: UMA ABORDAGEM ENTRE OS PERÍODOS PRÉ E PÓS-PANDEMIA DE COVID-19 (2017-2024)

Introdução

O câncer de fígado é uma das neoplasias mais letais e onerosas, impactando significativamente o Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil. A pandemia de COVID-19, trouxe mudanças no acesso e na qualidade dos cuidados oncológicos, o que pode ter influenciado os indicadores de morbidade e mortalidade relacionados a esta neoplasia.

Objetivo

Analisar comparativamente a mortalidade, morbidade hospitalar, média de permanência e gastos hospitalares relacionados ao câncer de fígado no Brasil entre os períodos de 2017 a 2024, destacando as variações decorrentes da pandemia de COVID-19.

Método

Trata-se de um estudo epidemiológico, retrospectivo e descritivo, utilizando dados do SIH/DATASUS. Foram analisadas internações, taxas de mortalidade, média de permanência e gastos hospitalares relacionados ao câncer de fígado (CID-10: Neoplasia maligna do fígado e vias biliares intra-hepáticas) em todas as regiões do país entre 2017 e 2024.

Resultados

No total, foram contabilizadas 81.807 internações por câncer de fígado no período estudado, gerando um custo acumulado de R$ 157.069.216,09. Observou-se uma redução da média de permanência hospitalar de 6,6 dias em 2017 para 6,0 dias em 2024, destacando a região Norte com a maior média (8,5 dias). A taxa de mortalidade manteve-se elevada, com média total de 23,79, sendo a região Norte a mais impactada (31,77). Houve aumento significativo nos gastos hospitalares, passando de R$ 18.566.772,11 em 2017 para R$ 23.549.360,95 em 2023. O Sudeste foi responsável pela maior parcela dos custos (R$ 71.544.845,29) e pelas internações (36.768), enquanto a região Nordeste apresentou um aumento expressivo de internações no período pós-pandemia, totalizando 6.439.671,16 em gastos somente em 2023. Durante o período pós-pandêmico, os custos totais e internações aumentaram, mas houve redução da taxa de mortalidade em 2023 (22,56).

Conclusão

A pandemia de COVID-19 parece ter influenciado o cenário do câncer de fígado no Brasil, resultando em aumento das internações e custos hospitalares, especialmente nas regiões Nordeste e Sudeste. A redução na média de permanência e a leve diminuição da taxa de mortalidade em 2023 sugerem avanços nos cuidados oncológicos, mas a persistência de altas taxas de mortalidade na região Norte indica desigualdades no acesso e qualidade do tratamento. A análise destaca a necessidade de políticas de saúde direcionadas para o manejo do câncer de fígado, especialmente em áreas de maior vulnerabilidade.

Área

Câncer Hepato-pancreato-biliar

Autores

LUCAS GUSTAVO ARAUJO GUIMARÃES, Gustavo Vianna Raffo, Anderson da Silveira Gonçalves, Lucas Santos Garcez, Pedro Cravo Melo, Felipe Gropelli, Henrique da Rocha Froncheti, Gustavo Gabriel de Oliveira, Arthur Bertuol Maurer, Timóteo Moreira