Dados do Trabalho


Título

ANÁLISE DESCRITIVA RETROSPECTIVA SOBRE O IMPACTO DA PANDEMIA SOBRE A MORTALIDADE DE NEOPLASIAS MALIGNAS DO ESTÔMAGO NO SUS: UMA ANÁLISE DO PERÍODO PRÉ E PÓS PANDÊMICO

Introdução

O câncer gástrico é a quinta neoplasia mais incidente segundo projeções para o triênio de 2023 a 2025. Por isso, é importante compreender o papel da pandemia de Covid-19 e o seu impacto nos indicadores em saúde dessa patologia no Sistema Único de Saúde (SUS).

Objetivo

Analisar tendências e mudanças do perfil epidemiológico de pacientes portadores de câncer de estômago no SUS antes e após a pandemia da SARS-CoV-2.

Método

Realizou-se uma análise de série temporal descritiva com a base de dados do Sistema de Informações Hospitalares (SIH/DATASUS) para taxa de mortalidade, internações e óbitos nas regiões brasileiras relacionadas às neoplasias gástricas malignas entre 2019 e 2023. Os filtros incluíram o ano de processamento, faixa etária, etnia e gênero com a análise dos dados realizada no Excel.

Resultados

Nas internações, observou-se uma queda de 9,4% entre 2019 (32.957) a 2020, seguido do aumento desse valor 13,5% até 2023, assim, na distribuição de gênero, as internações masculinas excederam em 76,4% as femininas (58.860). Os óbitos seguiram essa tendência, apresentando queda de 13% entre 2019 (4879) a 2020 com aumento de 11%, ocorrendo uma variância de gênero com 42,4% de diferença entre a categoria masculina em relação a feminina (8380). Além disso, 29% do total de óbitos ocorreu na faixa etária de 50 a 59 anos e 40% em pessoas pardas. No âmbito regional, os óbitos ocorreram no Sudeste (46%) em primeiro lugar, seguido do Nordeste (21%), Sul (18%), Norte (7%) e Centro-Oeste (6%), respectivamente. Adiante, na taxa de mortalidade, observou-se decrescimento de 8% no período a partir de 2019 (14,8). Já na distribuição regional, a taxa de mortalidade da região Norte (22,6) é 58% superior à taxa nacional.

Conclusão

Infere-se pelos dados que a pandemia afetou as internações no período, demonstrada pela queda e recuperação do valor ao longo do tempo, fenômeno que também ocorreu nos valores de óbito. Além disso, observa-se uma possível questão de gênero relacionada aos óbitos que pode estar ligada à maior incidência de câncer gástrico em homens. Por fim, nota-se o impacto da distribuição heterogênea das estruturas de saúde, uma vez que o Norte tem menor percentual de óbitos, mas a maior taxa de mortalidade, fator ligado à disparidade das condições de saúde que podem ter sido afetadas pela pandemia. Por isso, mais estudos sobre a temática são necessários para esclarecer relações causais e as variâncias dos indicadores de câncer gástrico.

Área

Câncer Esofagogástrico

Autores

LUCAS GUSTAVO ARAUJO GUIMARÃES, Gustavo Gabriel de Oliveira, Anderson da Silveira Gonçalves, Felipe Gropelli, Pedro Cravo Melo, Timóteo Moreira, Arthur Bertuol Maurer, Henrique da Rocha Froncheti , Lucas Santos Garcez, Gustavo Vianna Raffo