Dados do Trabalho
Título
Microbiota Intestinal: Um Fator Carcinogênico no Desenvolvimento do Câncer Colorretal?
Introdução
O câncer colorretal (CCR) é uma das principais causas de mortalidade relacionada ao câncer em todo o mundo. Além dos conhecidos fatores genéticos e ambientais que contribuem para o seu desenvolvimento, a microbiota intestinal tem emergido como um possível fator carcinogênico de crescente interesse na literatura científica. O desequilíbrio dessa microbiota, conhecido como disbiose, tem sido amplamente associado tanto ao desenvolvimento quanto à progressão do CCR, sugerindo um papel potencialmente significativo no comportamento da doença.
Objetivo
Este trabalho visa revisar as evidências sobre o papel da microbiota intestinal como fator carcinogênico no CCR, explorando a influência da disbiose na carcinogênese e suas implicações para prevenção e tratamento.
Método
Foi desenvolvido como uma revisão narrativa que utilizou a base de dados PubMed para a busca, foram utilizados os termos "colorectal cancer" e "gut microbiota", conectados pelo operador booleano "AND", com o objetivo de identificar revisões sistemáticas publicadas entre os anos de 2017 e 2023. A pesquisa resultou em 45 revisões sistemáticas, das quais 7 foram selecionadas por atenderem aos critérios de inclusão previamente estabelecidos.
Resultados
As evidências revisadas apontam para uma relação significativa entre a disbiose e a progressão do CCR. A disbiose, caracterizada pelo desequilíbrio na composição das comunidades microbianas, foi associada a um risco aumentado de desenvolvimento e progressão do CCR. Especificamente, bactérias como Fusobacterium nucleatum, Bacteroides fragilis e Peptostreptococcus foram identificadas como microrganismos potencialmente carcinogênicos, capazes de promover inflamação crônica e alterações nas vias celulares essenciais para a proliferação e invasão tumoral. Os mecanismos pelos quais esses microrganismos influenciam o desenvolvimento do CCR incluem a ativação de vias pró-inflamatórias, como a via Wnt/beta-catenina, e a degradação de proteínas críticas para a adesão celular, como a E-caderina, facilitando a invasão tumoral e a metástase.
Conclusão
Essas interações sugerem que a microbiota intestinal não apenas participa da carcinogênese, mas pode atuar como um fator direto nesse processo com a disbiose promovendo inflamação crônica e influenciando vias críticas para o desenvolvimento e progressão do CCR. Mais pesquisas são necessárias, mas a microbiota já se destaca como um alvo potencial para prevenção e tratamento deste quadro em questão.
Área
Câncer Colorretal
Autores
LUCAS GUSTAVO ARAUJO GUIMARÃES, Gustavo Gabriel de Oliveira, Lucas Santos Garcez, Anderson da Silveira Gonçalves, Felipe Gropelli, Pedro Cravo Melo, Timóteo Moreira, Arthur Bertuol Maurer, Henrique da Rocha Froncheti, Gustavo Vianna Raffo