Dados do Trabalho
Título
ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DAS TAXAS DE ÓBITO POR NEOPLASIA MALIGNA DE ESÔFAGO NA REGIÃO SUL DO BRASIL
Introdução
As neoplasias representam o principal desafio de saúde pública global e já figura entre as quatro principais causas de morte prematura em muitos países. O câncer de esôfago, em especial no Brasil, é o sexto câncer mais comum entre os homens, enquanto entre as mulheres ocupa a 15ª posição, excluindo o câncer de pele não melanoma. Globalmente, é o oitavo mais diagnosticado. Seus fatores de risco incluem idade, histórico familiar, tabagismo, esôfago de Barrett, consumo de álcool e bebidas em temperatura superior a 65°C. O prognóstico é desfavorável e, muitas vezes associado ao diagnóstico em estágios avançados, evidenciado por sintomas como obstrução, dor intensa, salivação excessiva, perda de peso, sangramento, dor torácica e vômitos.
Objetivo
Analisar o perfil epidemiológico da mortalidade por Neoplasia Maligna de Esôfago na região Sul do Brasil.
Método
Trata-se de um estudo quantitativo e retrospectivo, utilizando dados do Departamento de Informações e Informática do SUS (DATASUS) no grupo dos indicadores de morbidade hospitalar, a partir de dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade - SIM. Foram incluídos no estudo indivíduos com óbito por Neoplasia maligna de esôfago (CID-10: C15) na região Sul do Brasil, de 2013 a 2022. As variáveis analisadas foram faixa etária, sexo, cor/raça, escolaridade e estado civil.
Resultados
No período analisado, a região sul obteve 19.566 óbitos, que representa 23,29% do total registrado entre as regiões brasileiras. Com foco na região, em relação à faixa etária, o maior índice de mortes foi em indivíduos com idade entre 60 a 69 anos, totalizando 6.143 (31,39%), acompanhado por 4.642 óbitos de pessoas entre 50 a 59 anos. Nos ambitos sexo e raça, verifica-se que a população do sexo masculino e cor branca apresentaram maiores índices de morte, totalizando, respectivamente, 15.024 (76,78%) e 15.663 (80,05%) registros. Referente à escolaridade, nota-se que a população com 4 a 7 anos de estudo foi a mais afetada, perfazendo 5.838 (29,83%) mortes. Em relação ao estado civil, 8.574 das pessoas falecidas eram casadas, o que representa 43,82% dos casos na região.
Conclusão
Diante dos dados apresentados e analisados, é imperativo implementar políticas públicas direcionadas aos grupos vulneráveis a esse tipo de câncer, especialmente considerando o aumento da mortalidade relacionada ao envelhecimento. Portanto, a prevenção primária exige investimentos prioritários para mitigar os fatores de risco associados.
Área
Câncer Esofagogástrico
Autores
PAULO VICTOR MOURA RODRIGUES, Felipe Sales de Alencar, Gustavo Leal Daitx, Mateus Vilela Soares Campos Cunha, Caroline Martins Vieira, Fernanda Kauer Leffa