Dados do Trabalho


Título

Disparidades Geográficas e Socioeconômicas na Prevalência do Câncer Colorretal no Brasil: Análise dos Últimos Quatro Anos

Introdução

O câncer colorretal, que inclui tumores no cólon, reto e ânus, é a malignidade mais comum do trato gastrointestinal e representa um significativo problema para a saúde pública. No ano de 2020, a estimativa apontava mais de 1,9 milhão de casos novos de câncer
colorretal segundo o Instituto Nacional de Câncer do Brasil (INCA). No Brasil, é o segundo tipo mais frequente entre as mulheres e o terceiro entre os homens, com uma estimativa de 45.630 novos casos por ano do triênio de 2023 a 2025.

Objetivo

O objetivo do estudo foi analisar as disparidades geográficas e socioeconômicas do câncer colorretal no Brasil, correlacionando a sua prevalência com diferentes regiões e populações do país, destacando os fatores que impactam no diagnóstico e tratamento da doença.

Método

Este resumo consiste em um estudo ecológico transversal da epidemiologia do câncer colorretal em diferentes regiões do Brasil. Por meio de dados do portal DATASUS, foram coletadas informações do CID-10 relacionadas a esta neoplasia maligna, incluindo fatores como região, cor, valor total e regime de atendimento no período de 2020 a 2024. Além disso, foram utilizadas estatísticas epidemiológicas do INCA para uma análise mais abrangente.

Resultados

A análise dos dados confirma uma disparidade geográfica na prevalência do câncer colorretal entre as regiões do Brasil. Em 2023, esta neoplasia maligna foi classificada como a terceira mais comum na região Sudeste, com uma taxa de 26,1 casos por 100 mil habitantes, tornando-a a região mais afetada do país, seguida pela região Sul. O alto consumo de carnes vermelhas e ultraprocessados, aliado aos maus hábitos alimentares e fatores de risco como sedentarismo, obesidade, tabagismo e consumo de álcool, contribuem significativamente para essa alta prevalência. A região Norte apresentou 12.356 casos, indicando uma incidência muito menor em comparação ao Sudeste (323.511 casos) e ao Sul (189.794 casos). Em relação à raça, a população branca registrou 359.450 casos, enquanto a parda teve 227.264 casos, demonstrando uma diferença significativa, possivelmente associada a fatores genéticos e socioeconômicos.

Conclusão

Portanto, pode-se concluir que o câncer colorretal tem distribuição desigual no Brasil, com maior prevalência nas regiões sul e sudeste, sugerindo hábitos de vida menos saudáveis. A população branca é a mais afetada, possivelmente por fatores genéticos e socioeconômicos. Estes dados reforçam a importância de políticas de prevenção e rastreamento nas regiões e grupos mais vulneráveis.

Área

Câncer Colorretal

Autores

LARISSA HABCKOST MAZZOLA SILVA, ELISA BRUNSTEIN GENOVESE, MARIA EDUARDA BAÚ RABELLO