Dados do Trabalho
Título
O PAPEL DA TERAPIA NEOADJUVANTE EM NEOPLASIAS DE PANCREAS: UMA REVISÃO
Introdução
A incidência de neoplasia pancreática está aumentando nos últimos anos. Tal fato merece relevância, pois, em sua maioria, o diagnóstico é tardio e a taxa de sobrevida é baixa. Ademais, infelizmente, os melhores prognósticos limitam-se a pacientes que apresentam potencial de ressecção cirúrgica.
Objetivo
Esclarecer o papel da terapia neoadjuvante na neoplasia de pâncreas e verificar sua capacidade de tornar uma neoplasia pancreática irressecável em uma doença de possível ressecção cirúrgica.
Método
Foi realizada uma revisão integrativa da literatura na base de dados PubMed, utilizando os descritores “Pancreatic Neoplasms AND Surgery AND Indication AND Neoadjuvant Therapy”. Foram selecionados artigos de acesso aberto, revisão sistemática, análise e ensaios clínicos randomizados, publicados nos últimos 10 anos. Foram encontrados 8 artigos, revisados pelos autores. Por fim, selecionados 4 artigos para integrar o presente trabalho e excluídos os que não se correlacionaram ao tema da pesquisa.
Resultados
Uma vez que a cirurgia já está estabelecida como tratamento de escolha na presença de neoplasia pancreática ressecável, o conceito de potencial de ressecção limítrofe é posto em dúvida com o advento dos avanços da terapia neoadjuvante. No entanto, a literatura ainda carece de pesquisas que apresentam clareza a respeito dessa tomada de decisão. Enquanto alguns estudos sugerem identificar pacientes que se beneficiariam da cirurgia com base na resposta dos níveis de CA19-9 após o tratamento neoadjuvante, outros acreditam que a estabilidade da doença nos exames de imagem já é um critério adequado para indicar a cirurgia. Atualmente, observa-se aumento significativo da taxa de sobrevida global e melhoria nos índices de paciente com sobrevida livre de doença na terapia neoadjuvante em comparação à escolha do tratamento cirúrgico inicial. Além disso, vale ressaltar que a terapia neoadjuvante aumentou a taxa de ressecção R0, que possibilita melhor seleção de pacientes com maior probabilidade de se beneficiar da cirurgia, evitando complicações de ressecções R1/R2 improváveis de cura.
Conclusão
Portanto, observa-se que a quimioterapia neoadjuvante para neoplasia de pâncreas oferece benefícios para pacientes com doença ressecável e ressecável limítrofe. Porém, há necessidade de mais ensaios clínicos randomizados para verificar uma possível mudança de uma patologia irressecável para uma doença ressecável limítrofe a partir do tratamento neoadjuvante.
Área
Câncer Hepato-pancreato-biliar
Autores
BRUNO DA SILVA RITERBUSCHE, Ana Carolina Risson, Michel Kovalski Batista, Lucas Gonçalves Costa, Cristiano Antoniazzi Abaid