Dados do Trabalho
Título
TAXAS DE MORTALIDADE POR CÂNCER DE RETO: ESTUDO NACIONAL NO INTERVALO DE 2002 A 2022
Introdução
O câncer de reto, que engloba os tumores malignos situados entre o cólon sigmoide e o canal anal, é uma condição multifatorial e, em conjunto com o câncer de cólon, ocupa a terceira posição entre os tipos de câncer mais comuns no Brasil. Fatores como a idade avançada, histórico familiar, pólipos adenomatosos, doenças inflamatórias intestinais e hábitos de vida desfavoráveis são os principais fatores de risco para doença.
Objetivo
Analisar as taxas de mortalidade bruta e ajustada, por 100.000 habitantes, das unidades da federação do Brasil, por câncer de reto (CID 10 C10) entre os anos de 2002 a 2022 e relacionar com características epidemiológicas.
Método
Estudo descritivo e retrospectivo de taxas de mortalidade, por 100.000 habitantes, das unidades da federação do Brasil, por câncer de reto entre os anos de 2002 a 2022. Os dados foram obtidos pelo Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) e pela Divisão de Vigilância do Instituto Nacional do Câncer (INCA). As variáveis utilizadas foram taxa de mortalidade bruta (TMB), taxa de mortalidade ajustada (TMA) por população mundial, competência, regiões e unidade federativa. Para essa pesquisa não foi necessário aprovação do Comitê de Ética, pois trata-se de um estudo de banco de dados público.
Resultados
Constatou-se que no Brasil, no período de 2002 a 2022, as regiões que apresentaram maiores TMB por câncer de reto foram as regiões Sudeste e Sul. O Estado do Rio de Janeiro obteve a maior TMB por 100.000 habitantes, nacionalmente, com valor equivalente a 3,20, seguido do Rio Grande do Sul e São Paulo, que apresentaram TMB correspondente, respectivamente, a 3,00 e 2,87. Ademais, observou-se as menores TMB localizadas na região Norte, com o valor mínimo de 0,69 no Acre. A nível da TMA por idade da população mundial, as regiões com maiores valores foram Sul e Sudeste. O Estado do Paraná demonstrou o maior índice nacional, com o montante de 2,54, seguido de São Paulo e Rio de Janeiro com valores de TMA, respectivamente, de 2,48 e 2,17 para 100.00 habitantes.
Conclusão
Nos últimos 36 anos, a mortalidade por câncer de reto no Brasil aumentou 3,1 vezes, com variações entre as regiões. As regiões Sudeste e Sul lideram os valores de mortalidade por câncer de reto no país, com predominância da região Sudeste em taxas brutas e da região Sul em taxas ajustadas por idade. Fatores comportamentais, culturais e epidemiológicos relacionados às regiões mais meridionais do Brasil podem estar associados aos resultados de mortalidade encontrados no estudo.
Área
Câncer Colorretal
Autores
LUIS GUSTAVO RAMOS RAUPP PEREIRA, Thaís Bosio, Giovana Scussel , Ana Strapazzon, Eduarda Roani, André Doneda, João Pedro Pires, Gabriela Dacampo, Anelize Schuster Zagonel , Nicolle Rodrigues Souza