Dados do Trabalho


Título

SCHWANNOMA GIGANTE RETROPERITONEAL: UM RELATO DE CASO

Apresentação do Caso

Paciente masculino, 32 anos, sem comorbidades ou vícios, submetido à herniorrafia inguinal direita na infância. Relata dor no abdômen inferior há cerca de um mês associado à perda ponderal de 5 quilos. Procura atendimento após piora álgica, está constipado há 3 dias. Ao exame físico, abdome globoso com massa endurecida em região hipogástrica. Nota-se, ao toque retal, presença de massa sólida comprimindo a parede anterior do reto. Todos os exames laboratoriais dentro da normalidade. Em tomografia computadorizada (Tc) abdominal, evidencia-se volumosa massa sólida hipoatenuante, com contornos regulares e margens bem definidas, apresentando focos de calcificação, medindo 14 x 13 x 10 cm, ocupando escavação pélvica, comprimindo bexiga e rechaçando ureteres. Optado por laparotomia exploratória, durante o procedimento, a lesão é completamente ressecada dos tecidos adjacentes, junto de linfonodos pélvicos e retroperitoneais; sem intercorrências. Confirmado pela imuno-histoquímica, tratar-se de Schwannoma. Após a cirurgia, paciente em boas condições clínicas, sem sinais de recorrência tumoral até o momento.

Discussão

Os Schwannomas são tumores majoritariamente benignos, provenientes da bainha dos nervos periféricos e raramente encontrados em retroperitônio (cerca de 0,5% a 5%). Tendem a acometer mulheres e são diagnosticados frequentemente na 4ª à 6ª década de vida. As manifestações clínicas inespecíficas, irão variar quanto a localização e posição anatômica, à flexibilidade do espaço retroperitoneal e crescimento insidioso, podem corroborar no diagnóstico tardio. A investigação, mediante exames de imagem, é papel fundamental. São tumores resistentes à quimioterapia e radioterapia, dessa forma, a ressecção cirúrgica é o único tratamento disponível. A excisão completa, incluindo tecidos adjacentes, é considerada a melhor estratégia terapêutica. Todavia, a excisão parcial, poupando tecidos nobres, pode ser suficiente devido à baixa taxa de transformação maligna tumoral. Descreve-se recorrência tumoral em 5 a 10% dos casos. Assim, o seguimento com exame de imagem em 6 à 12 meses pode ser necessário, apesar do bom prognóstico.

Comentários Finais

Busca-se agregar à literatura um raro diagnóstico diferencial para tumores retroperitoneais em pacientes masculinos, cuja sintomatologia inespecífica demanda investigação complementar. Assim como, auxiliar na tomada de decisão cirúrgica pela equipe assistente.

Área

Neoplasias Raras

Autores

ANA LUISA NEUMANN, KETHERYN ADNA SOUZA DE ALMEIDA , SUZANA BRUSCHI, EDUARDA ARAUJO PONS, GILBERTO GUIMARÃES BARREIRO JUNIOR, LETICIA DE ROCCO FANGUEIRO