Dados do Trabalho


Título

Esofagectomia transtorácica versus esofagectomia Ivor-Lewis para tratamento de carcinoma espinocelular esofágico: análise da sobrevida global

Introdução

O câncer esofágico, especialmente o carcinoma espinocelular, apresenta altas taxas de mortalidade, tornando o tratamento cirúrgico crucial. As técnicas de esofagectomia transtorácica ou três campos e Ivor-Lewis são amplamente utilizadas e a escolha entre elas pode impactar significativamente na sobrevida geral dos pacientes (Junttila et al. 2023).

Objetivo

Este estudo visa analisar e comparar as diferenças na sobrevida geral de pacientes com carcinoma espinocelular esofágico submetidos às duas abordagens cirúrgicas.

Método

Este estudo consiste em uma revisão de literatura, sendo realizada em bases de dados como PubMed e Cochrane Library, abrangendo publicações de 2020 e 2024. Foram incluídos estudos que compararam as duas técnicas, relataram dados sobre a sobrevida global e incluíram pacientes com carcinoma espinocelular esofágico.

Resultados

O estudo conduzido por Junttila et al. (2023), realizado na Finlândia, incluiu uma coorte de pacientes com carcinoma de células escamosas e adenocarcinoma revelando que não houve diferenças significativas na sobrevida global em cinco anos entre a técnica de três campos e Ivor-Lewis. Esses achados são corroborados pelas investigações de Park et al. (2024) e Luijten et al. (2020), que também não encontraram variações significativas nos desfechos oncológicos, indicando que ambas as abordagens são oncologicamente viáveis para o tratamento de carcinoma espinocelular esofágico, proporcionando resultados semelhantes em termos de sobrevida. Em contraste, o estudo de Zhang et al. (2020) destacou uma superioridade na sobrevida global em cinco anos para os pacientes submetidos à esofagectomia de três campos, com taxas de sobrevida de 67,9% versus 55%, especialmente em pacientes com tumores em estágio T3. No entanto, essa técnica associou-se a uma taxa mais elevada de complicações pós-operatórias, como lesão de nervo laríngeo recorrente e formação de fístula da anastomose entre o esôfago remanescente e conduto gástrico.

Conclusão

Tanto a esofagectomia transtorácica quanto a Ivor-Lewis oferecem sobrevida global semelhante para pacientes com carcinoma espinocelular. A esofagectomia de três campos apresenta melhores taxas de sobrevida em cinco anos para tumores T3, mas maior risco de complicações, ressaltando a importância de personalizar a abordagem cirúrgica conforme às necessidades do paciente.

Área

Câncer Esofagogástrico

Autores

VÍTOR GABRIEL MENIN, CAROLINE HOELSCHER FONTANA, ENZO WERLANG BONASSI, JULIA BIANCHI PERTILE, MANOELA CUNHA NICOLETTI JUCHEM, JOSÉ FELIPE GOULARTE JUCHEM