Dados do Trabalho


Título

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO NACIONAL DE NEOPLASIA MALIGNA DE PERITÔNIO E DE TECIDOS MOLES RETROPERITONIAIS ENTRE O PERÍODO DE 2013 - 2023

Introdução

Os tumores peritoneais podem ser primários do peritônio ou secundários a outras neoplasias abdominopélvicas, apresentam importante componente genético associado e manifestações clínicas inespecíficas, logo, diagnósticos tardios. Já os tumores de retroperitônio representam 0,2% de todas as neoplasias diagnosticadas, podendo ocorrer em qualquer idade, com ligeiro predomínio feminino, tem origem mesenquimal, sendo que cerca de 30% dos tumores são sarcomas. O tratamento é eminentemente cirúrgico, com ressecções extensas e margens cirúrgicas amplas, podendo contar com terapias neoadjuvantes.

Objetivo

Analisar o número de casos e características epidemiológicas de neoplasia maligna do peritônio e dos tecidos moles do retroperitônio no Sistema Único de Saúde (SUS) entre os anos de 2013 a 2023 no Brasil.

Método

Estudo descritivo e retrospectivo sobre os casos de câncer de peritônio e dos tecidos moles do retroperitônio (CID10 C48) entre os anos de 2013 – 2023, no Brasil. Os dados foram obtidos pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde do Brasil (DATASUS), pela ferramenta TABNET. As variáveis utilizadas foram número de casos, anos de competência, região, sexo, faixa etária, modalidade terapêutica e estadiamento. Para essa pesquisa não foi necessário aprovação do Comitê de Ética, pois trata-se de um estudo de banco de dados público.

Resultados

Notou-se que o Brasil, no período analisado, manifestou o total de 12.807 casos de câncer de peritônio e dos tecidos moles retroperitoneais. A região Sudeste apresentou a maior parte dos casos, a 34,2% do total , seguida da região Nordeste, que representou 30,9%. A faixa etária predominante das pacientes analisadas foi entre 40 a 69 anos, equivalente a 57,0 % do total de pacientes. Destaca-se que 54,8% das pacientes eram do sexo feminino e 45,2% eram do masculino, evidenciando discrepância entre os sexos. As modalidades terapêuticas realizadas, a terapia cirúrgica apresentou recorde de registro, com 72,0% das modalidades inscritas, seguida da modalidade de quimioterapia abordada em 24,2% dos casos. Ao nível do estadiamento, destacaram-se o estágio IV, em 51,5% casos, seguido do estágio III, em 22,3% pacientes.

Conclusão

A neoplasia maligna de peritônio e tecidos moles retroperitoneais é de importância significativa, já que ao diagnóstico, a maioria já está em estágio avançado. Destaca-se a importância do rastreamento e diagnóstico precoce da neoplasia e estadiamento oncológico adequado, visando à diminuição da progressão e mortalidade .

Área

Neoplasias Peritoneais

Autores

LUIS GUSTAVO RAMOS RAUPP PEREIRA, Eduarda Alberti Lopes Silva, Larissa Roberta Negrão, Micael Guzzon, Nicolle Rodrigues Souza, Anelize Schuster Zagonel, Raíssa Santos Copatti, Caroline Quadros Hackenhaar, Júlhia Spuldaro Rabuske, Maria Laura Lima Vargas