Dados do Trabalho
Título
Bipartição gástrica para restauração e manutenção do trânsito intestinal em neoplasia gástrica obstrutiva: um relato de caso
Apresentação do Caso
Paciente, 47 anos, sexo feminino, com histórico de ooforectomia e salpingectomia bilateral devido à teratoma cístico maduro, procura atendimento em razão de vômitos frêquentes pós prandiais, hematêmese, dor epigástrica e fezes enegrecidas. Durante a investigação, constatou-se persistência do quadro sintomatológico por 6 meses com dor em fossa ilíaca esquerda e, ainda, perda de peso (15 kg) no ínterim dos últimos dois meses. Em exames, observou-se hemoglobina de 7g/dL e hematócrito de 21%, sendo indicado transfusão de concentrado de hemácias. A tomografia (TC) evidenciou dilatação gástrica e duodenal secundária à obstrução do piloro, além de espessamento da cabeça do pâncreas. Foi solicitada Endoscopia Digestiva Alta, cujo resultado atestou adenocarcinoma Borrmann III estendendo-se desde a incisura angular até o bulbo duodenal, com destruição total do piloro causando uma livre comunicação entre o estômago e o duodeno, sendo, portanto, indicado cirurgia. Ao procedimento cirúrgico, foram confirmados os achados de TC e encontrados implantes altamente suspeitos para neoplasia em segmentos de mesentério e peritônio parietal. Assim, diante de doença altamente avançada e com o objetivo de garantir trânsito alimentar, optou-se por bipartição gástrica com anastomose gastrojejunal e preservação do túnel gástrico, moldado por sonda de Fouchet em curvatura menor do estômago. A paciente apresentou boa evolução em pós operatório com discreta distensão abdominal, ausência de vômitos e retorno da ingesta oral, garantindo o seguimento com os cuidados paliativos.
Discussão
Os sintomas iniciais do adenocarcinoma gástrico são saciedade precoce, náusea, vômito, adinamia, anemia, dor e perda de peso. Ademais, a obstrução é frequente em casos de acometimento do antro estomacal e reduz drasticamente a qualidade de vida dos pacientes. Com isso, o tratamento objetiva reduzir náuseas e vômitos, além de permitir a retomada da alimentação oral. As abordagens cirúrgicas mais utilizadas para retomar o trânsito intestinal são a gastrectomia ou a gastrojejunostomia.
Comentários Finais
Segundo informes da Organização das Nações Unidas, os cuidados paliativos são importantes para a redução de sintomas e melhora da qualidade de vida em casos de câncer avançado. Dessarte, práticas cirúrgicas que mitiguem ou eliminem o quadro sintomatológico e permitam que os pacientes retornem às suas atividades diárias são pilares fundamentais na garantia da dignidade no período final de vida.
Área
Câncer Esofagogástrico
Autores
LUIS GUSTAVO FREITAS CASTRO, GABRIELA GOMES PIMENTEL DE CASTRO, RICARDO RESTIVO DE CASTRO TEIXEIRA