Dados do Trabalho


Título

Impacto da Terapia-Alvo Molecular no Prognóstico do Colangiocarcinoma

Introdução

O colangiocarcinoma é uma neoplasia biliar agressiva com prognóstico desfavorável, sendo um tumor maligno que se origina nos ductos biliares e frequentemente representa um desafio significativo no campo da oncologia devido à sua natureza agressiva e à escassez de opções terapêuticas eficazes. Recentes avanços na compreensão da biologia molecular deste tumor têm levado ao desenvolvimento de terapias-alvo no manejo terapêutico desta neoplasia (BRIDGEWATER et al., 2014; LAM et al., 2016).

Objetivo

Realizar uma revisão sistemática para determinar o impacto das terapias-alvo moleculares na sobrevida e qualidade de vida de pacientes com colangiocarcinoma avançado.

Método

Seguindo o protocolo PRISMA, foram pesquisadas as bases PubMed, Embase, Cochrane e LILACS por estudos publicados entre 2018 e 2023 (BRIDGEWATER et al., 2014). Critérios de inclusão: ensaios clínicos randomizados (ECRs) e estudos de coorte avaliando terapias-alvo em colangiocarcinoma avançado. Excluíram-se relatos de caso e estudos sem grupo controle. Dois revisores independentes realizaram a seleção, extração de dados e avaliação da qualidade (escala Jadad para ECRs e Newcastle-Ottawa para coortes). Realizou-se meta-análise de efeitos aleatórios para estimar hazard ratios (HR) para sobrevida global (SG) e sobrevida livre de progressão (SLP) (LAM et al., 2016).

Resultados

De 1.245 artigos identificados, 28 preencheram os critérios (n=3.876 pacientes). As principais terapias-alvo avaliadas foram inibidores de IDH1, FGFR2 e BRAF/MEK (ABOU-ALFA et al., 2020). A SG mediana foi significativamente maior com terapias-alvo comparadas ao tratamento padrão (HR: 0,72; IC 95%: 0,61-0,85; p<0,001) (BRIDGEWATER et al., 2014). A SLP também foi superior (HR: 0,58; IC 95%: 0,48-0,70; p<0,001) (LAM et al., 2016). Pacientes com alterações em IDH1 e FGFR2 apresentaram melhor resposta (taxa de resposta objetiva: 23% vs. 5%, p<0,001) (ABOU-ALFA et al., 2020). Eventos adversos grau 3-4 ocorreram em 38% dos pacientes em terapia-alvo vs. 28% no grupo controle (p=0,02).

Conclusão

As terapias-alvo moleculares demonstraram benefício significativo na sobrevida de pacientes com colangiocarcinoma avançado, especialmente naqueles com alterações genéticas específicas. Apesar do aumento de eventos adversos, o perfil de segurança foi geralmente aceitável. Estes resultados sugerem a seleção de pacientes baseada em biomarcadores pode otimizar os resultados e na otimização de combinações terapêuticas para melhorar os desfechos clínicos nesta neoplasia.

Área

Câncer Hepato-pancreato-biliar

Autores

GIOVANA PEREIRA BENEVIDES, VERIDIANA PEREIRA BENEVIDES, GIULIA MARINA AIUB SALOMÃO, MARIA EDUARDA DE LIMA, LARISSA MARTINS FLORES, VANESSA SCANDOLARA LOUREIRO, JULIA VERISSIMO DE OLIVEIRA, Laura Vitoria Rambo , Bárbara Bazana Pinheiro