Dados do Trabalho

Título

Hepatectomias centrais para colangiocarcinoma hilar (tumor de Klatskin)

Introdução

Colangiocarcinomas são cânceres do ducto biliar que surgem das células epiteliais dos ductos biliares, surgindo na árvore biliar intra-hepática, peri-hilar ou distal, excluindo a vesícula biliar e a ampola de Vater. É uma neoplasia de difícil manejo e péssimo prognóstico. Como melhor tratamento curativo, permanece a ressecção cirúrgica radical com margens livres que, em geral, envolve hepatectomia (Costa et al, 2010).

Objetivo

Este estudo tem como objetivo realizar uma revisão comparando os resultados cirúrgicos e prognósticos de pacientes com colangiocarcinoma hilar (HCCA) submetidos a meso-hepatectomia e a hemi-hepatectomia. O foco está nas vantagens da meso-hepatectomia, especialmente no que diz respeito à preservação do parênquima hepático e à recuperação pós-operatória.

Método

Foi realizada revisão sobre hepatectomias centrais no tratamento do colangiocarcinoma hilar. A pesquisa incluiu estudos publicados entre 1999 e 2023.

Resultados

Em 1999, Kawarada e colegas descrevem a técnica e reportam 4 pacientes submetidos a meso-hepatectomia para colangiocarcinoma hilar com ressecção curativa e 100% de sobrevida em 37 meses. Wang et al. reporta uma série de 41 pacientes em 2023, 18 no grupo de mesohepatectomia e 23 no grupo de hemi hepatectomia. Não houve diferença significativa no tempo de cirurgia, taxa de ressecção R0, taxas de sobrevida em 1, 3 e 5 anos, tampouco complicações. A perda sanguínea e o tempo de internação foram significativamente menores no grupo de mesohepatectomia (600,0 ± 153,4 mL vs. 846,1 ± 366,8 mL, P<0,05 e 9,9 ± 2,2 dias vs. 13,8 ± 3,0 dias, P<0,05, respectivamente).

Conclusão

A meso-hepatectomia apresenta vantagens em termos de perda sanguínea e tempo de internação, sem prejuízo quanto aos desfechos oncológicos ou complicações, sendo uma alternativa preservadora de parênquima hepático para colangiocarcinomas hilares.