Dados do Trabalho


Título

Câncer colorretal e saúde mental: prevalência de transtornos emocionais em pacientes recém-diagnosticados.

Introdução

O câncer colorretal (CCR) é considerado a terceira malignidade mais comum em todo o mundo. Em 2020, a Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer estimou cerca de 2 milhões de casos novos. Com o passar dos anos, a sobrevida dos pacientes com CCR melhorou de maneira significativa. No entanto, os impactos físicos ocasionados por essa neoplasia ainda são acentuados, com limitações nas atividades diárias dos indivíduos. Essas alterações físicas e funcionais podem gerar consequências na saúde mental, no qual estudos na literatura relatam aumento de depressão e ansiedade em pacientes com essa neoplasia.

Objetivo

Analisar a prevalência de depressão e ansiedade em pacientes recém-diagnosticados com câncer colorretal.

Método

Realizou-se um estudo ampliado de artigos em diversas línguas, com datas de publicação entre 2019 e 2022, que abordaram o impacto de depressão e ansiedade em pacientes recém-diagnosticados com câncer colorretal. Para tal, usou-se a base de dados PubMed com os seguintes descritores “colorectal cancer”, “anxiety” e “depression”, correlacionando-os. Os fatores de exclusão englobam artigos duplicados e que não estavam de acordo com as propostas da pesquisa.

Resultados

Estudos indicam que a depressão e a ansiedade são problemas comuns em pacientes recém-diagnosticados com câncer colorretal (CCR), reduzindo a qualidade de vida e aumentando a mortalidade. Embora o CCR não se associe significativamente à ansiedade, há uma relação forte com a depressão, aumentando o risco de mortalidade em 123%. Fatores preditores incluem características clínicas, tratamento e sociodemográficas. A prevalência de sintomas persiste após o tratamento, mas a utilização de cuidados psicossociais é baixa. Depressão genética não está associada ao risco de CCR.

Conclusão

Por fim, os avanços no tratamento do câncer colorretal melhoraram a sobrevida, porém a depressão e a ansiedade ainda são comuns entre pacientes recém-diagnosticados, afetando a qualidade de vida. A depressão, especialmente, está ligada ao aumento do risco de mortalidade, enquanto a ansiedade tem impacto menos significativo. O diagnóstico provoca reações emocionais que se relacionam com as cognições ativadas. Nessa lógica, o modelo cognitivo de Aaron Beck sugere uma inter-relação entre pensamento, emoção e comportamento, onde a interpretação de eventos pode influenciar sentimentos e ações. Integrar essa abordagem pode beneficiar o bem-estar dos pacientes.

Área

Câncer Colorretal

Autores

EDNA LETICIA DE QUEIROZ DUARTE, Stephanie Zarlotim Jorge, Rayssa Carvalho de Almeida, Nicolle D'ivanenko, Ágatha Jessica Guerreiro Burgati, Sophia Pontone Rossato, Marcelo Bandeira Soares Filho, Giovanna Ferreira Marcelino, Luana Lury Morikawa, Thaís Pesqueira Rodrigues