Dados do Trabalho


Título

Análise Epidemiológica das Intervenções Hospitalares devido à Neoplasia Maligna do Esôfago: tempo de internação, modalidade terapêutica e perfil dos pacientes na Região Sul nos últimos 5 anos

Introdução

A neoplasia maligna do esôfago (NME), comumente referida como câncer esofágico, é uma condição grave caracterizada pelo crescimento descontrolado de células malignas no esôfago, o tubo que transporta alimentos e líquidos da boca para o estômago. Os principais tipos dessa malignidade são o carcinoma espinocelular e o adenocarcinoma. Fatores de risco incluem o uso prolongado de tabaco e álcool, doenças como o refluxo gastroesofágico crônico e esofagite de Barrett. No Brasil, a doença é a sexta mais frequente entre os homens e o 15º entre as mulheres. A análise epidemiológica ajuda a criar um perfil da condição, orientando políticas públicas para enfrentamento da doença.

Objetivo

Refere-se a um estudo epidemiológico que visa analisar as intervenções hospitalares por NME, nos últimos 5 anos, na Região Sul do Brasil.

Método

Trata-se de um epidemiológico com dados descritivos, coletados entre 2019 e 2023 pelo DATASUS. Foram analisadas variáveis como tempo de internação, modalidade terapêutica, sexo e faixa etária.

Resultados

Nos últimos cinco anos, foram registrados 6.558 casos de câncer de esôfago, com a seguinte distribuição: 1.215 casos em 2023, 1.307 em 2022, 1.283 em 2021, 1.378 em 2020 e 1.375 em 2019. A doença afeta principalmente os homens, com 4.304 casos (65,6%), enquanto 2.254 casos (34,4%) ocorreram em mulheres. A maior incidência foi em pacientes acima de 50 anos, sendo 1.248 casos (19%) na faixa de 60 a 64 anos, 1.194 casos (18,2%) em 65 a 69 anos, 830 casos (12,6%) em 50 a 54 anos e 882 casos (13,4%) em 70 a 74 anos. Apenas 6 casos (0,09%) são de jovens de 0 a 19 anos. A quimioterapia foi o tratamento mais utilizado, em 3.669 pacientes (55,9%), seguido por radioterapia em 2.110 (32,2%) e cirurgias em 410 (6,2%). Cerca de 268 pacientes (4,1%) realizaram tratamentos combinados. Sobre a duração do tratamento, 3.143 pacientes (47,9%) tiveram duração superior a 60 dias, 1.846 (28,1%) entre 31 e 60 dias, e 1.569 (23,9%) em até 30 dias

Conclusão

A análise das intervenções hospitalares por câncer de esôfago na Região Sul do Brasil nos últimos cinco anos revela uma situação crítica, com diagnósticos em estágios avançados e alta mortalidade. Fatores como tabagismo, consumo excessivo de álcool e desigualdade no acesso à saúde afetam a incidência e os desfechos clínicos. O estudo enfatiza a urgência de estratégias de prevenção, diagnóstico precoce e políticas públicas para melhorar o acesso ao tratamento e promover a prevenção e o diagnóstico precoce.

Área

Câncer Esofagogástrico

Autores

EDNA LETICIA DE QUEIROZ DUARTE, Sandy da Silva Ribeiro, Camille Izadora Cardoso da Silva, Camille Vitoria Gomes da Silva, Isabella Viana Coimbra , Stephanie Zarlotim Jorge, Marcella Silvestre Xavier, Ana Beatriz Silva de Lima , Ian Lucas de Oliveira , Thaís Pesqueira Rodrigues