Dados do Trabalho


Título

Abordagem cirúrgica de tumor de veia cava superior: um relato de caso

Apresentação do Caso

Paciente masculino, 31 anos, apresentou-se com queixa de dor abdominal intensa, com irradiação para a região lombar, iniciada há um mês e localizada no hipocôndrio e flanco direito. Além disso, o paciente relatava saciedade precoce após refeições, perda de peso e vômitos. Realizou ultrassonografia de abdome total, durante internação hospitalar, que demonstrou lesão hepática medindo 18.4x16,9cm sugestivo de malignidade. Posteriormente, foi encaminhado ao ambulatório de cirurgia digestiva, de onde realizou ambulatorialmente uma tomografia evidenciando compressão e invasão da veia cava inferior pelo tumor.

Discussão

A invasão tumoral da veia cava inferior é uma complicação de patologias cirúrgicas oncológicas, tornando o plano de abordagem dependente da extensão da invasão e da necessidade de reconstrução venosa.
Quando a invasão do vaso é focal, é possível realizar uma ressecção direta da parede acometida da veia, posicionando um clamp reto paralelo ao eixo venoso, excluindo aquele segmento da circulação brevemente, com pouca repercussão hemodinâmica e controle hemostático.
A exclusão vascular total do fígado também é uma técnica alternativa.
Outra possibilidade de manejo da doença é o bypass venovenoso, que permite exclusão venosa total ou setorial do fígado para preservar a circulação volêmica, sem comprometimento hemodinâmico do paciente ou do remanescente hepático.
No caso do paciente, optou-se por realizar a retirada em bloco do tumor junto com lobo direito do fígado, rim direito e veia cava inferior acometida. Ocorreu extravasamento de tecido necrótico que se localizava na luz da veia durante transecção da margem cranial, intercorrência que complica uma ressecção oncologicamente ideal por arriscar a semeadura de tecido neoplásico no leito contaminado pelo mesmo.

Comentários Finais

O segmento de veia cava ressecada se estendeu desde acima da confluência das veias ilíacas até logo abaixo da confluência das veias hepáticas. Isso implicou a ligadura da veia renal esquerda. A mesma não foi reanastomosada por instabilização do paciente durante a cirurgia, tendo em conta que a drenagem venosa do rim esquerdo também ocorre por veias colaterais para a cava em situações de pressão elevada. Utilizou-se uma prótese vascular de poliéster para reconstrução da cava inferior.
Após período na unidade de terapia intensiva, o paciente foi avaliado pela oncologia que estabeleceu plano de iniciar mitotano e manter acompanhamento ambulatorial.

Área

Câncer Hepato-pancreato-biliar

Autores

LUDMILLA CAMPO DALL'ORTO THOMAZINI, AMANDA CARDOSO DE ALMEIDA BRANDÃO SOUTO, JOÃO HENRIQUE CONTE, FELIPE MARCHIORI BAU, CLEBER ROSITO PINTO KRUEL