Dados do Trabalho


Título

Cirurgia Citorredutora (CRS - Cytoreductive Surgery) e Quimioterapia Hipertérmica Intraperitoneal (HIPEC - Hiperthermic Intraperiotenal Chemoterapy) no Tratamento de Câncer de Estômago, uma Revisão da Literatura

Introdução

O câncer gástrico (CG) é o 6° em prevalência e o 5° em mortalidade no Brasil. Na maioria dos casos, a sintomatologia é insidiosa, o que resulta em diagnóstico tardio na maioria dos casos, com sobrevida em 5 anos < 30%. Por isso, a busca incessante por um tratamento do CG com maior eficácia. Neste contexto, surge o protocolo de tratamento envolvendo a CRS (Cirurgia Citorredutora) acrescida de HIPEC (Quimioterapia Hipertérmica Intraperitoneal).

Objetivo

Avaliar o tratamento de CG com a estratégia de CRS com HIPEC.

Método

Realizou-se uma revisão de literatura no banco de dados PubMed aplicando os descritores [“stomach cancer”, “cytoreductive surgery”, “HIPEC surgery” e “surgery”] dos últimos 5 anos. Ao todo, foram selecionados 4 estudos para análise, das categorias “metanálise” e “revisão sistemática”.

Resultados

O 1° estudo analisou resultados de CRS + HIPEC entre os que tivessem ou não metástases. Os resultados de sobrevida geral (SG) em 3 anos foi positivo (RR 0,68; IC 95; 0,57-0,81; p<0.0001) para o grupo HIPEC. O artigo concluiu a necessidade de uma seleção rigorosa dos pacientes que devem passar pelo procedimento, devido à elevada morbimortalidade.
O 2° artigo comparou a CRS + HIPEC vs CRS isolada frente à SG, complicações e recidivas. Os resultados encontrados foram o de superioridade para a CRS + HIPEC, a SG após 1 ano foi 3,65 vezes maior e em 5 anos também (RR 3,25; IC 95; 1,28-8,26, I2 =8%). O risco de recorrência foi significativamente menor no grupo CRS + HIPEC (RR 0,23; IC 95; 0,11-0,48, I2 = 40%). Não há diferenças significativas relacionadas a complicações. Porém, estes dados eram baseados em estudos heterogêneos e limitados.
O 3° estudo constatou melhores resultados de SG para o grupo HIPEC em comparação com o controle. Resultados de SG em 3 anos (RR 0,63; P < 0.00001) nos sem metástases peritoneais e de 3 anos (RR 0,87; P = 0.0001) nos com metástases. Somado a redução significativa na taxa de recorrência (RR 0,60; p < 0,00001). Conclui como opção para pacientes selecionados.
O 4° artigo trouxe CRS + HIPEC vs CRS. Observou-se maior SG em 5 anos (OR 1,87; IC 95; 1,29-2,71) e redução de recorrência local (OR 0,49; IC 95; 0,31-0,80) e peritoneal (OR 0,22; IC 95; 0,11-0,47) no grupo HIPEC. Apenas a injúria renal pós-operatória foi maior no HIPEC (OR 3.94, 95% CI: 1.85-8.38).

Conclusão

A CRS + HIPEC apresenta bons resultados quando analisados os desfechos de sobrevida, recidivas e complicações no tratamento de CG em pacientes selecionados. No entanto, ainda há poucos estudos sobre o tema.

Área

Câncer Esofagogástrico

Autores

NATHALIA MAHL SCHERER, Cristiane Rios Petrarca, Rodrigo Piltcher da Silva